O setor de aquicultura se reuniu nesta quarta-feira, dia 5, na sede da Confederação da Agricultura e Pecuária (CNA), em Brasília, para discutir o futuro do mercado nacional de pescados e concluiu que é preciso fortalecer as associações
Nos últimos cinco anos, o custo de produção da aquicultura subiu 40% e a margem de lucro gira entre 15% e 20%. Segundo o presidente da comissão, Eduardo Oro, o setor produtivo precisa trabalhar em conjunto para não ver essa rentabilidade cair ainda mais. “Um dos caminhos mais curtos para o produtor reduzir os custos de produção seria se associando. quanto mais associado tiver o grupo de produtores, mais poder de compra nos insumos ele vai ter (…). O produtor precisa abrir a cabeça pra isso”, disse.
O gerente comercial de pescados de uma grande rede de supermercados participou do seminário e disse que a falta de uma associação forte que represente o setor atrapalha nas vendas. Para Rafael Guinutzman, o produto brasileiro não tem competitividade com o internacional por chegar com um preço mais elevado e, para piorar, não há incentivo ao consumo por parte da cadeia produtiva.
“Hoje, as associações existentes vão no sentido de defender alguns pontos do segmentos, mas não realmente pra incentivar o consumo final. Para que o consumidor aprenda como preparar, pra dar treinamento para o pessoal, para os peixeiros. O que a gente sente é que poderia ter uma associação forte, como dos criadores de suínos, com um incentivo de marketing pra que isso chegue na ponta e que o consumidor perceba como que as coisas acontecem”, disse.
Exemplo a ser seguido
O caso de sucesso implementado na cadeia produtiva de suínos foi citado como exemplo de inspiração para o setor da aquicultura. Desde 2010, criadores, indústria e varejo têm se mobilizado para incentivar o uso da carne no país e os resultados já aparecem. O consumo em seis anos pulou de 13 para 15 quilos de suínos, anualmente, por pessoa.
“O primeiro passo é avaliar quais os motivo para que o consumo esteja baixo e depois trabalhar a cadeia, de forma sistêmica para atender o consumidor. O peixe é visto como uma proteína saudável, uma proteína leve e é preciso trabalhar, de repente, a cadeia. Nós sabemos da dificuldade da cadeia do peixe em oferecer um peixe fresco, mas a primeira pergunta ao consumidor é: que tipo de produto você quer? A partir disso, é preciso trabalhar a cadeia pra atendê-lo”, falou o diretor-executivo da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos, Nilo de Sá.