A maior unidade de produção de composto para o cogumelo shitake do Brasil fica em Sorocaba, no interior paulista. Inspiradas em fábricas japonesas, as instalações unem tecnologia e biossegurança. O composto ou substrato é uma mistura de serragem, farelo vegetal e água, que formam um bloco compacto, ideal para o fungo do cogumelo se desenvolver. Os substratos são distribuídos para os produtores, que são os responsáveis pelo crescimento e a colheita do cogumelo nas câmaras frias.
“Para fazer com seriedade, pra produzir produtos de qualidade, é necessário muita pesquisa, muito investimento e ser levado a sério”, disse o fungicultor Iwao Akamatsu, que é um dos 400 fungicultores do estado que são responsáveis pela geração de 4 mil empregos diretos e receita de mais de R$ 20 milhões por mês.
Apesar de São Paulo ser o maior produtor do Brasil, o setor reclama da falta de representatividade junto aos órgãos governamentais. O fungicultor Gervásio Dogen relata a dificuldade em conseguir financimento para o negócio, porque, segundo ele, os bancos não entendem como funciona a produção dos fungos.“Como o produtor de cogumelo, ele trabalha meio rural meio cidade, eu acho que o próprio banco mesmo tem dificuldade do tipo de financiamento”, relatou
Diante desta dificuldade, o governo paulista acabou de criar a Câmara Setorial da Fungicultura, que reúne produtores e empresários. A ideia é levar as propostas do setor para o poder público.
A primeira reunião da câmara vai acontecer neste mês e na pauta vão estar temas como a padronização da produção e registros de produtos usados na cultura. Os encontros devem ser trimestrais e reunir um grupo inicial de até trinta pessoas. Para os produtores, esse grupo de trabalho pode incentivar o consumo de cogumelo, que ainda é baixo no Brasil, com somente 150 gramas por pessoa ao ano. Na Europa, para se ter uma ideia, o consumo é de 2 Kg quilos e ,na Ásia, chega a 8 Kg por pessoa ao ano.