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Camarão criado de forma intensiva tem produtividade elevada em até 20 vezes

Manejo foi desenvolvido para controlar doença que chegou há pouco ao país 

Criadores de camarão do Nordeste investem em sistema intensivo para evitar a proliferação da mancha-branca, doença que inviabiliza a atividade. O manejo não só torna a produção mais resistente como tem permitido a produtividade em até 20 vezes em algumas fazendas. 

No Rio Grande do Norte, que produz em média 20 mil toneladas por ano, a maioria dos 460 produtores ainda segue o cultivo extensivo, com baixa adoção de tecnologia. Mas essa realidade está mudando. O estado vem investindo em modelos alternativos de reprodução nos viveiros, que implicam menores riscos à criação ou que permitem maior nível produtivo, afirma o engenheiro de pesca Alfredo Freire.

Orígenes Monte Neto, presidente da Associação de Criadores de Camarão do estado, é um dos criadores pioneiros na criação do crustáceo no sistema. Aos poucos ele está substituindo os tanques tradicionais de 4 hectares por instalações com menos de um hectare, mas com uso intensivo de tecnologia. 

O produtor buscou inspiração no manejo aplicado em países asiáticos que já convivem com a mancha-branca, provocada por um vírus que mata o camarão antes que ele atinja o peso comercial de 7g. A doença entrou no Brasil por Santa Catarina em 2012, e hoje também está na Bahia e no Rio Grande do Norte.

Manejo

O presidente da associação afirma que, para ficar livre da doença e obter melhores resultados nos viveiros, é preciso manter a estabilidade de temperatura e nível de pH, controlar a quantidade de cálcio na água, efetuar a limpeza do fundo do tanque cinco vezes por dia e controlar a taxa de oxigênio disperso na água.

“É claro que não é uma receita de bolo. Cada região vai ter uma manceira certa e uma época do ano para aplicar determinadas práticas. Mas, se não fose essa alternativa de manejo, nós já estaríamos fora do ramo”, diz Monte Neto.

Na criação intensiva, a temperatura da água se torna mais estável e apresenta maior nível de oxigênio, explica o técnico em carcinicultura (criação de camarões em cativeiro) Sérgio Ricardo Caetano. “O resultado disso são mais crustáceos por metro quadrado”, diz, enquanto mostra um viveiro com 165 camarões por metro quadrado, onde a proporção antes era de 10 por metro quadrado.

A produtividade na fazenda saltou de 3,5 mil para 75 mil quilos por hectare. A suplementação de oxigênio através de difusores é um dos grandes responsáveis pelo resultado. O engenheiro de desenvolvimento Renato Rossato, responsável pela tecnologia, afirma que ela foi criada originalmente para oxigenar tubulações de esgoto. Mas, depois de testes, percebeu-se que teria impacto positivo na produção de camarões. 

Segundo Rossato, o aumento na produção promovido pelo equipamento paga o investimento.  “Além disso, ele tem manutenção mínima”, diz.

O custo de um sistema completo de cultivo intensivo varia de acordo com a região, o tamanho do tanque e a gramatura do crustáceo que se pretende alcançar. Mas, em média, gira em torno de R$ 120 mil. 
De acordo com o engenheiro de pesca Alfredo Freire, o Rio Grande do Norte tem condições de multiplicar sua produção sem elevar a área destinada a viveiros, permitindo a retomada das exportações.

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