Uma raça de boi legitimamente brasileira tem se mostrado, ao longo dos anos, uma boa opção para produtores que procuram aliar a precocidade com a rusticidade necessária para encarar os pastos de todo o país. Reconhecido como raça desde 1972, o canchim é uma mistura de animais nelore e charolês, uma raça europeia e que não teria fácil adaptação em regiões de clima tropical.
Em entrevista ao Jornal da Pecuária, o diretor de marketing da Associação Brasileira de Criadores de Canchim (ABCCAN), Valentin Suchek, falou sobre as principais características da raça sintética que tem sido uma alternativa para cobrir vacas nelore. “Nossa raça chegou ao equilíbrio de três oitavos de nelore e cinco oitavos de charolês. Ela foi construída em São Carlos e pode ser considerada uma raça paulista, voltada para a pecuária de corte, onde o touro é o elemento para levar o cruzamento industrial à frente e produzir bezerros rústicos e precoces”, disse.
Características
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O canchim foi idealizado para o melhoramento da pecuária. “Ele é conhecido pela alta adaptabilidade nas condições rústicas no Brasil, com clima tropical, e cobre bem onde outras raças europeias não cobrem. Além disso, tem alto libido e corre atrás das vacas, transmitindo a precocidade aos bezerros, que chega mais rápido ao abate e às fêmeas, que atingem a maturidade reprodutiva mais cedo e encurtam o ciclo de reprodução”, completou.
A raça já está em todo o Brasil, chegando até a fronteira pecuária em Rondônia. Segundo Suchek, a ABCCAN, inclusive, está em processo final da escolha dos principais destaques da raça. Desde junho ocorre a Prova Canchim de Avaliação de Desempenho (PCAD), que tenta identificar garrotes que possam se tornar futuros reprodutores da raça.
Ao todo, 15 criatórios fornecem bezerros entre oito e dez meses que são avaliados por grupos técnicos que conduzem as provas. Os grandes campeões serão conhecidos no próximo sábado, dia 10.
