O cantor e compositor Leo Chaves, da dupla sertaneja Victor e Leo, é também um apaixonado pela criação de gado. Criado no campo, Leo se tornou pecuarista e optou pelo gado senepol, uma das poucas raças de origem europeia voltadas á produção em clima tropical.
O início da criação de gado do cantor começou com um “empurrãzinho” da esposa, em 2008. Leo conta que estava fazendo um show quando recebeu uma ligação da mulher, que estava em um leilão senepol.
“Eu disse para ela ter calma, porque tínhamos acabado de comprar uma fazenda. Quando cheguei (ao leilão), ela já tinha comprado um touro e uma novilha”, diz o sertanejo.
Leo afirma que não tinha ouvido falar do senepol antes disso. Mas, segundo ele, o pouco conhecimento e a desconfiança foram dando lugar a uma paixão tão grande pelo gado comparável à que tem pela música.
Atualmente, o cantor mantém um rebanho de 300 cabeças na Fazenda Senepol Paraíso, que fica próxima a Uberlândia, no Triângulo Mineiro. A especialidade do criatório é a venda de touros para reprodução. Há uma segunda unidade da fazenda, no Pará, com mais de 1.600 animais.
Leo afirma que trabalha para a realidade da pecuária brasileira, que exige gado solto a campo. “Temos a mentalidade de criar um gado real, não temos baias. Se você solta um gado desses no campo, de uma genética criada em baia, mais elitizado, ele não dá certo, e isso passa de pai para filho”, afirma o criador Leo Chaves.
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De acordo com o consultor pecuário da Fazenda Senepol Paraíso, Rodrigo Debossan, o cruzamento desta raça com outras resulta em animais altamente produtos e férteis.
“Os machos vão para os frigoríficos mais cedo e as fêmeas, você ainda aproveita tirando uma cria. Com isso, ao terminar o ciclo produtivo, você tem um bezerro a mais e duas arrobas a mais no seu próprio negócio”, afirma Debossan.
Senepol no Brasil
O senepol chegou ao Brasil no ano 2000, conquistando rapidamente espaço na pecuária. Hoje, o país reúne o maior rebanho da raça no mundo, de cerca de 45 mil exemplares, e conta com aproximadamente 350 criadores inscritos na associação da raça. A maior parte dos pecuaristas está em Minas Gerais, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Para o presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Bovinos Senepol, Gilmar Goudard, é preciso manter os critérios de seleção, com a escolha certa de animais melhoradores, para preservar a rusticidade do gado. “O grande desafio é manter a qualidade dos animais, pois o crescimento da raça deverá ter continuidade”, diz.
