A Associação Brasileira dos Criadores de Bovinos da Raça Wagyu firmou parceria com a alemã TÜV Rheinland para desenvolver o protocolo oficial para a carne destes animais no Brasil. A decisão segue circular do Ministério da Agricultura, que define critérios para o uso da nomenclatura de raças na rotulagem da carne.
Em nota, o gerente geral de certificação de sistemas e treinamento da associação, Daniel Oliva, diz que o modelo para a tipificação das carcaças ainda está sob análise, mas vai empregar a análise fenotípica e o marmoreio. A primeira se refere à avaliação das características da raça, enquanto o segundo item diz respeito aos padrões e à quantidade de gordura entre as fibras musculares do boi.
– A carne bem marmorizada é considerada uma iguaria, reconhecida pelo seu sabor, consistência e gordura –, explica Oliva.
O protocolo também vai determinar a realização de auditorias em frigoríficos para assegurar o cumprimento de normas de rastreabilidade, bem-estar animal, responsabilidade socioambiental e boas práticas de fabricação. O gerente diz que o processo “transmite ao mercado mais transparência, padronização e qualidade, bem como segurança ao consumidor na identificação de produtos oriundos da raça wagyu”.
Kobe Beef
A associação espera que o documento ajude a desmistificar a carne da raça, que chegou ao país em 1995 e é erroneamente chamada de “Kobe Beef”. Essa nomenclatura, informa a entidade, só deve ser empregada para a carne certificada pela Associação de Marketing e Promoção da Distribuição do Kobe Beef, que assegura a qualidade de animais de linhagens puro-sangue que datam do Período Edo (1615 – 1867) no Japão.
A TÜV Rheinland tem corpo técnico de veterinários, agrônomos e zootecnistas para a certificação e já atua no mercado brasileiro de carnes, com parcerias com a Associação Brasileira de Angus (ABA) e na validação do Cordeiro Baby Black.