Fazenda de produção leiteira em Minas Gerais usa colar e pulseiras tecnológicos para melhorar o manejo nutricional e os índices reprodutivos do rebanho. Os acessórios monitoram em tempo real as atividades dos animais, o que permite identificar eventuais problemas de saúde e até mesmo identificar o cio.
Desenvolvida na Holanda, a tecnologia está sendo utilizada pela primeira vez no Brasil em uma fazenda no distrito de Jubaí, em Conquista (MG). Ali, 500 vacas em lactação estão usando os acessórios, que enviam dados sobre seus movimentos a uma central que pode ficar a até um quilômetro de distância. Se a movimentação de algum animal diminui, por exemplo, pode ser sinal de que ele está com problema no casco. O colar também permite ficar atento ao consumo de alimentos; se houver redução, é provável que o exemplar esteja com alguma doença.
O gerente geral da fazenda, Fabiano Camargo, explica que os dados podem ser monitorados através de um tablet. “Um funcionário identifica o animal e vem ao campo para olhar o que ele está fazendo, se tem algum problema de estrutura ou de saúde. E permite que volte a produzir mais rapidamente”, diz.
Responsável pela saúde do rebanho na propriedade, Alexandre de Jesus Sales. afirma que a vaca que apresenta alterações é levada ao curral e submetida a uma análise visual. Verifica-se se ela está com febre ou com alguma intoxicação alimentar. “A gente identifica a doença e faz a prevenção ou inicia o tratamento com o medicamento que o animal necessita no momento”.
Camargo afirma que a tecnologia também possibilita verificar se o animal está no cio, identificando o melhor momento para realizar a inseminação. Segundo o gerente geral, o aumento no número de passos indica que a vaca está entrando em período reprodutivo. Outro sinal é o movimento de levantar a cabeça, mostrando que a fêmea está procurando por um touro.
A vida útil dos equipamentos é de dez anos, e o custo de implantação do sistema é de cerca de R$ 1,5 mil por animal, incluindo os acessórios. Para Fabiano Camargo, o investimento vale a pena. “Sem a tecnologia no campo, você não consegue medir (os resultados); se você não consegue medir, você não pode gerenciar. Aí você trabalha com as coisas por intuição e nós precisamos ser empresários rurais”, salienta.