O crescimento do mercado de ovinos vem atraindo novos criadores e os animais das raças dorper e o white dorper são indicados para o cruzamento com outras raças. Ao todo, são 160 mil animais registrados no país, com um crescimento de 350% em oito anos, refletindo o bom momento do mercado de ovinos, o que atrai novos criadores.
Fernando Vieira Chaves Filho, que é presidente da Associação dos Criadores de Caprinos e Ovinos de Alagoas, começou a criar a criar por um acaso, para ajudar no manejo de uma área com tanques de tilápia. “Houve uma necessidade de adquirir animais mestiços para comer este capim e diminuir a mão de obra. Eu consegui entrar no primeiro ano criando ovinos mestiços, quando entrou o primeiro dorper, comprado em 2010. Desde então eu me apaixonei pela raça e fui diminuindo os animais mestiços, investindo mais na seleção e melhoramento genético da raça dorper”, comentou.
O dorper, com a cabeça preta, ou white dorper, com o corpo todo branco, são reprodutores muito usados no cruzamento de rebanhos comerciais com outras raças, como o santa inês. Com 150 dias de vida e 40 quilos de peso vivo, os cordeiros estão prontos para o abate.
A precocidade é uma vantagem para quem cria, mas, por outro lado, o manejo exige uma série de cuidados. A coordenadora técnica da Associação Brasileira dos Criadores de Dorper, Regina Valle, diz que é comum, no entanto, os rebanhos terem problemas com verminoses.
“Animais dessa raça precisam de um pouco mais de atenção se comparado com o gado de corte. Ele está muito mais próximo do bovino de leite, mas prestando atenção fica tudo bem. Se não houver nenhum animal doente, o cotidiano fará esses animais desenvolverem bem”, comentou.
Um reprodutor dorper custa a partir de R$ 3 mil, mas para começar a criar, primeiro é preciso fazer outros investimentos. “Tem que buscar informação com técnicos que possam auxiliar na montagem do projeto. Sempre falamos que a última coisa que ele vai fazer é adquirir os animais, depois de pensar no planejamento nutricional, nas instalações da propriedade e na questão de logística”, disse o veterinário Daniel Cipolletta.