O mercado de peixe brasileiro está otimista. Isso porque o aumento da produção tem impulsionado a competitividade do produto frente a outras proteínas. O consumo de peixe nunca foi tão alto como nos últimos anos. Segundo a Peixe BR (Associação Brasileira de Piscicultura), o brasileiro come por ano aproximadamente 10 quilos da proteína. A procura é crescente, mas ainda muito abaixo do recomendado pela Organização Mundial da Saúde, que é de 20 quilos.
“Hoje temos a consciência das pessoas com relação ao produto de boa qualidade, e o peixe, entre as proteínas animais, é o que mais se enquadra dentro de um produto extremamente saudável para a alimentação. Nós estamos numa mudança de geração, que deseja mais saúde. Além disso, nos últimos anos ocorreu uma melhoria significativa no valor do preço do peixe para o consumidor”, diz Francisco Medeiros, presidente executivo da Peixe BR.
A diretora de assuntos comerciais do Sindicato da Indústria da Pesca do Estado de São Paulo, Meg Felippe, acredita que o poder aquisitivo do brasileiro melhorou, o que pode explicar em parte o aumento do consumo.
“Lógico que maior conhecimento e divulgação da proteína e o melhor ordenamento da cadeia produtiva contribuíram para o brasileiro ter mais acesso à proteína. Mas eu acho que o que ajuda a manter o consumo de estável para crescente é essa relação de consumo saudável”, diz ela.
Segundo a Associação Brasileira de Piscicultura, o Paraná é o maior produtor de peixes no Brasil, com 93,6 mil toneladas. Seguido por Rondônia, com 74,7 toneladas, e São Paulo em terceiro lugar, com 65,4 mil toneladas.
Levando-se em conta as regiões, a Norte desponta com a produção de 158,9 mil toneladas, um crescimento de 4,81% sobre 2015. A região Sul vem em seguida, com 152,4 mil toneladas, aumento de 13% em relação ao ano anterior.
O Centro-Oeste foi a terceira região mais produtiva em 2016, com 120,6 mil toneladas. Na sequência estão Nordeste, com 104,6 mil toneladas e Sudeste, com 103,8 mil.
Apesar do bom desempenho, se o Brasil tivesse condições de produzir mais, com certeza consumiria mais. Isso porque o que é produzido aqui não atende toda a demanda. E todo os anos são importados cerca de US$ 1,3 milhões em peixes.
Os principais exportadores são Chile, Argentina e China. As variedades são salmão, panga vietnã, merlusa e polaka do Alasca.
“Hoje nós temos duas dificuldades, ambas relacionadas a políticas governamentais. A primeira é o licenciamento ambiental. Cada estado tem uma política, e cada uma mais difícil do que a outra. O segundo problema relacionado ao governo federal, especificamente a Secretaria Especial de Aquicultura e Pesca lá em Brasília. Nós temos solicitações de cessão de uso de águas da União que estão tramitando há mais de 10 anos”, diz Francisco Medeiros, do Peixe BR.
No Brasil, entre os peixes mais consumidos estão tilápia , salmão, camarão, polaka e cação. Mas o consumo ainda varia com picos de vendas. A Semana Santa representa 30%do total de vendas do ano. Já na Época de Natal, chega a representar até 15%. Para 2018, o mercado espera um pequeno crescimento, que pode chegar aos 5%.
“Além da riqueza de sabores e variedades, essa tendência de consumo saudável é uma coisa que o brasileiro aprendeu. E que ele vai cada vez mais acrescentando na sua rotina”, diz Meg.