As exportações de carne de frango devem encerrar 2015 com um total de 4,26 milhões de toneladas embarcadas, segundo estimou a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), nesta quarta, dia 9. O número significa um crescimento de 4% na comparação com o volume exportado em 2014. Mas poderia ser maior.
Segundo projeção da entidade, a receita das vendas externas da proteína neste ano (considerando o frango inteiro, cortes, processados e congelados) deve alcançar US$ 7,1 bilhões, queda de 11% na comparação com o ano passado.
De janeiro a novembro, as exportações brasileiras de carne de frango tiveram alta de 4,1% em volume, a 3,9 milhões de toneladas. O saldo em dólares, porém, foi de US$ 6,569 bilhões, montante 11,4% abaixo do observado nos primeiros 11 meses de 2014. Em reais, as receitas chegaram a R$ 21,617 bilhões.
A produção de frango deverá alcançar 13,136 milhões de toneladas em 2015, o que representa alta de 3,5% ante 2014. O consumo per capita de frango deverá crescer 1,05% para 43 kg em 2015, segundo a ABPA.
“Se a economia do país estivesse normal, poderíamos ter crescido mais este ano. O que impediu um crescimento maior foi a crise. Mas foi exatamente neste ano que o Brasil conseguiu superar o segundo maior produtor do mundo (China). Agora, somos o maior exportador do mundo e o segundo maior produtor”, afirmou em entrevista coletiva, o presidente-executivo da ABPA, Francisco Turra.
Para 2016, a ABPA projetou um avanço do volume exportado de 3% a 5%. Turra afirmou que, para o próximo ano, a associação pretende focar na abertura de novos mercados como Taiwan e República Dominicana e também ampliar o número de unidades na China.
Carne suína
A ABPA projetou também que as exportações brasileiras de carne suína devem terminar o ano de 2015 com um total de 550 mil toneladas embarcadas, alta de 8,9% na comparação com o registrado no ano passado. Apesar da alta em volume, a receita das vendas externas da proteína em dólar deve recuar 20%, alcançando US$ 1,2 bilhão. Em reais, o avanço projetado é de 14%, para R$ 4,3 bilhões. De janeiro a novembro, as exportações de carne suína já totalizam 435 mil toneladas e US$ 1,1 bilhão.
Em entrevista coletiva, o vice-presidente de suínos da ABPA, Rui Vargas, destacou que o maior importador foi a Rússia, com 45% das exportações brasileiras, e que a novidade foi a entrada do Uruguai.
Para 2016, a ABPA estima que a produção de suínos do país deve crescer de 2% a 3% em 2016, ante 3,643 milhões de toneladas projetados para 2015. Com isso, o volume exportado deve crescer na mesma proporção.
Ovos
O Brasil deve fechar 2015 com exportações de 20,7 mil toneladas de ovos (in natura e processados), volume 70% superior ao de 2014, quando os embarques para o mercado externo somaram 12,2 mil toneladas. A receita esperada em reais é de R$ 90 milhões (+ 120%) e em dólares, de US$ 26 milhões (+54%).
Turra afirmou na coletiva que neste ano o setor conquistou o mercado japonês, um dos mais exigentes do mundo, o que impulsionou os embarques.
Para 2016, os exportadores de ovos preveem níveis equivalentes aos embarcados deste ano. Conforme a ABPA, a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos deverão manter o fluxo de negócios do segmento.
O volume esperado de produção de ovos neste ano é de 39,5 bilhões de unidades, 6,1% acima das 37,2 bilhões de unidades registradas no ano passado. Em saldo recorde, o consumo per capita de ovos no Brasil deverá chegar neste ano a 191 unidades, número 4,8% superior ao total de 2014, que foi de 182 unidades. Para o próximo ano, o setor produtor de ovos prevê crescimento de até 2% na produção total.
Carne de peru
A produção brasileira de carne de peru deverá alcançar 329 mil toneladas em 2015, praticamente estável em relação a 2014, com avanço de 0,1%, informou ABPA. O volume de exportações do produto deve atingir neste ano 133 mil toneladas, 6,3% acima do registrado em 2014. Com isso, o setor deverá obter receita de R$ 950 milhões (+21%), ou de US$ 287 milhões (-13%).
Habilitações
Atualmente, 14 unidades de frigoríficos de carne de aves estão no processo de habilitação para exportar para a China. Estas unidades se somariam a outras 31 que já vendem para o país asiático, segundo o vice-presidente da ABPA, Ricardo Santin. Além da avicultura, outras unidades de carne de suínos, cerca de quatro delas, também estão neste processo e a previsão é que a liberação ocorra em 2016. No momento, são oito frigoríficos habilitados.
“O mercado chinês é bastante promissor e deve ocupar mais espaço nas nossas exportações”, afirmou o vice-presidente de Suínos, Rui Eduardo Saldanha Vargas.
“A China, assim como Taiwan, deve enfrentar dificuldades com sua produção local no segundo semestre porque o surto de gripe aviária impediu esses países de importarem matrizes dos Estados Unidos e da União Europeia”, acrescentou Santin. Os EUA e a União Europeia são os principais exportadores de matrizes e ambas regiões enfrentam surto de gripe aviária, dificultando as exportações.
Ainda sobre as novas possibilidades de mercados para as exportações brasileiras de aves, Santin citou a Austrália e a Nova Zelândia, que são países com os quais a associação pretende iniciar as tratativas para a abertura de mercado.