Pesquisadores da Embrapa Cerrados, de Planaltina (DF), confirmam a tese de que a quantidade de gás metano produzida por bovinos é reduzida em sistemas de integração lavoura, pecuária e floresta. No experimento, foram instalados equipamentos na cabeça dos animais para medir a produção do gás, que é formado no organismo durante a digestão do alimento.
As árvores que fazem parte desse sistema de manejo ajudam a neutralizar as emissões de metano, pois vão estocar outro gás obtido na produção agropecuária, o carbônico. Isso compensa os efeitos negativos das emissões.
O pesquisador Robélio Marchão afirma que há pastagens mais eficientes que outras na conversão em energia, resultando em menos emissões por quilo de carne produzido. Além disso, há também redução no tempo de abate. “Trata-se, então, de um animal que emitiu menos (quantidade de metano) durante sua vida”, diz Marchão.
Outro gás reduzido na integração entre as atividades é o óxido nitroso, que se forma na agricultura a partir da adubação e do preparo de solo. A Embrapa constatou que, em um ano, as emissões do gás foram 40% menores do que no sistema convencional.
A entidade utilizou nessa experiência uma sucessão de soja no verão, milho na segunda safra e pastagem na terceira safra. Na área de preparo convencional, as práticas eram semelhantes, com a diferença de que havia revolvimento constante do solo, diz o pesquisador da Embrapa.
Quando as árvores entram no sistema de produção, a emissão de óxido nitroso é ainda menor, com queda de 30% em comparação com o método que integra apenas lavoura e pecuária.
Isso estaria relacionado, principalmente, com a questão de temperatura do solo e também com aporte e equilíbrio de biomassa, diz a pesquisadora da Embrapa Cerrados Arminda Carvalho. “Isso afeta diretamente a atividade biológica do solo, principal responsável pela formação do óxido nitroso”, afirma.