RS enfrenta dificuldade para imunizar rebanho contra aftosa

Prazo para imunização contra aftosa termina nesta quarta, dia 30, mas falta do medicamento tem gerado transtorno aos produtores; multas podem ser aplicadas

O Rio Grande do sul tem enfrentado dificuldades na segunda etapa de vacinação contra a febre aftosa, que termina nesta quarta, dia 30. Além do fim da doação de vacinas aos pequenos produtores, a oferta do produto nas revendas do estado reduziu. Quem ainda não vacinou os animais com até dois anos de idade deve ficar atento para não perder o prazo. O produtor também deve declarar a imunização na Inspetoria Agropecuária da região até o dia 7 de dezembro.

A coordenadora do Programa de Combate à Aftosa da Secretaria de Agricultura do Rio Grande do Sul, Graziane Rigon, afirma que aquele que não imunizar seus animais, ou imunizar mas não comprovar, poerá ser multado.

“Existem penalidades para as duas situações. O produtor que vacinou, mas esqueceu de comprovar, recebe uma penalidade de 60 UPFS somente. Hoje a UPF está em torno de R$ 17,00 e fica mais de mil reais essa penalidade. O produtor que não comprou a vacina e não imunizou o rebanho, recebe um adicional de uma UPF por animal que não foi vacinado”, explica.

A vacina é encontrada apenas em agropecuárias, mas de acordo com Graziane, o estabelecimento não é obrigado a comprar as doses, o que tem dificultado o acesso ao produto, principalmente em cidades pequenas. “O que acontece muitas vezes é que em determinado município pode ser que não tenha uma agropecuária e o produtor tenha que se deslocar até o município vizinho. E o que também acontece frequentemente é naqueles municípios onde o produtor deixa para a última hora, a agropecuária tem determinado estoque, e uma vez que já está no final da etapa, aquelas doses terminam e a agropecuária acaba não tendo um tempo hábil de efetuar uma nova compra”, diz.

O secretário de Agricultura do estado, Ernani Polo, garante que não falta vacina e a situação está sendo monitorada para que todos possam fazer a aplicação em seus animais. Com o corte de gastos no governo estadual, neste ano não houve doação de vacinas. Antes, pecuaristas com até dez animais e que se enquadravam no Pronaf tinham direito a gratuidade.

“Nós éramos o único estado do Brasil a doar vacinas. Por outro lado, acreditamos no trabalho sério que os produtores fazem e certamente eles estarão aí acompanhando, fazendo seu trabalho de imunização do rebanho para que a gente possa fazer com que a campanha transcorra da melhor maneira possível nessa segunda etapa”, afirma o secretário de Agricultura do estado, Ernani Polo.