Após um fundo privado que criar uma espécie de seguro contra um eventual retorno da febre aftosa e outras zoonoses, Goiás se tornou uma referência. Conheça e entenda como funciona o Fundo de Desenvolvimento da Pecuária do estado (Fundepec).
Para manter o rebanho saudável após a retirada da vacina contra febre aftosa, pecuaristas de Goiás criaram, há mais de vinte anos, o Fundo de Desenvolvimento da Pecuária do estado (Fundepec). Vale destacar que essa é uma contribuição exclusivamente privada e espontânea para o controle de um eventual surto da doença.
No abate bovino, o produtor paga hoje algo em torno de R$ 5,25 no macho e de R$ 3,50 para uma fêmea. Mesma pauta é feita para aves e suínos. Isso os laticínios e frigoríficos retém e nos repassa como fiel depositário”, afirma o presidente do Fundepec, Alfredo Luís Correa.
Até agora foram arrecadados R$ 180 milhões, com a ajuda de criadores de aves e suínos, que também aderiram à iniciativa por correrem riscos de contaminação semelhantes. O setor acredita que pode agir mais rápido do que a iniciativa pública, fazendo com que menos animais sejam infectados.
“Isso permite uma velocidade muito grande nas ações. Por exemplo: se aparecem animais doentes, determina-se onde eles estão, qual área deve ser isolada e cria-se barreiras sanitárias. É necessário ter o apoio da polícia militar, as pessoas nas barreiras têm que se alimentar, usar equipamento de proteção individual e isso, se o estado tiver que comprar, demorará muito”, diz o diretor do Fundepec, Uacir Bernardes.
Além da febre aftosa, outras zoonoses são monitoradas, como a gripe aviária e a peste suína. Todas transmissíveis dos animais para seres humanos e impedem as exportações.
Como Goiás não apresenta surtos de zoonoses há mais de 20 anos, parte dos recursos é destinada à iniciativas de melhoramento da produção. Outra parte é mantida guardada e outro percentual é destinado a fortalecer o Departamento de Defesa Agropecuária Estadual.
“Ao darem esse auxílio por meio do Fundepec, os pecuaristas criam condições para que o governo se torne mais eficiente. Essa ação conjunta e compartilhada, tende a favorecer muito para atingirmos o nosso objetivo, que é o desenvolvimento do estado”, afirma o secretário de agricultura do estado, Antônio Flávio Camilo de Lima.