Criadores de gado de todo o país podem controlar com mais eficiência o ataque de carrapatos no rebanho enviando os parasitas pelo correio para o Instituto Biológico (IB) de São Paulo. Desde a década de1990, o órgão vinculado à secretaria de Agricultura paulista realiza um trabalho de identificação da eficiência de carrapaticidas no controle de infestação do ácaro.
A combinação entre calor e muita chuva é ideal para a reprodução do carrapato, que pode reduzir o ganho de peso e a produtividade de bovinos.
Às vésperas do início do verão, os pecuaristas iniciam a aplicação de produtos para combater as infestações. Mas nem sempre o método e o produto escolhido têm bons resultados.
Para a pesquisadora do IB Márcia Mendes, há muitos grupos de carrapaticidas disponíveis no mercado, mas o produtor às vezes troca de produtos comerciais que têm o mesmo princípio ativo.
Para aumentar a eficiência numa propriedade, o produtor pode enviar por correspondência para o Biológico entre 150 a 200 fêmeas de carrapatos (os exemplares maiores). Os ácaros são lavados, secos, pesados e separados. Cada grupo é mergulhado em um dos nove tipos de carrapaticidas utilizados pelo laboratório. Depois da aplicação dos químicos, eles ficam numa estufa durante 15 dias para simular as condições climáticas do campo.
Passado esse período, cada grupo passa por uma avalação. Se a fêmea colocou ovos, é sinal de que o produito químico não impediu sua reprodução.
Márcia Mendes explica que as fêmeas ficam numa estufa sob temepratura de 28 graus, com 80% de umidade. Com os dados obtidos após pesagem dos ácaros e dos ovos, calcula-se a porcentagem de eficácia do produto.
Os testes são realizados por 30 dias e têm um custo de R$ 20. Com as informações obtidas, é enviado um relatório para o produtor com informações precisas sobre a ação dos carrapaticidas na população analisada, tornando o controle das infestações mais simples e seguro.
“Se o produtor tiver paciência e usar o carrapaticida da forma que nós indicamos, passando alguns anos, ele vai ter uma diminuição na infestação de carrapato”, afirma a pesquisadora.