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Equinos recebem tratamento com células-tronco para a cura de lesões

A célula-tronco tem a capacidade de se transformar em qualquer outra e ajuda na regeneração de células doentes

Fonte: Canal Rural

Depois de uma década de testes, o tratamento com células-tronco entrou definitivamente no mundo animal. Médicos veterinários especializados em equinos já aderiram ao método para acelerar o processo de cura de lesões e até problemas de formação, como é o caso do potrinho Dourado, da raça quarto de milha e que sofre de poliartrite, uma doença infecciosa nas articulações das patas traseiras.

Com três meses de idade, o animal vem tomando vários antibióticos desde o nascimento para controlar a doença e evitar que ela se espalhe para outras articulações. Mas, para reverter as lesões causadas pela bactéria, um tratamento com célula-tronco será realizado.

O problema de Dourado foi desenvolvido por falta de hidratação e também de imunidade no pós-parto e, segundo o veterinário Jorge Moreira dos Santos, a mãe produziu uma grande quantidade de colostro o que deixou as tetas escondidas. “O potrinho não mamou adequadamente nas primeiras horas e todo mamífero precisa mamar nas primeiras horas e esse primeiro leite, chamado de colostro, é onde tem a imunidade da mãe, inclusive das células”, explicou.

Ainda de acordo com o veterinário, foi feito um tratamento antimicrobiano e, assim que foi debelada a infecção, foi iniciado o tratamento com células-tronco para que ocorra uma recuperação nas lesões articulares, sequelas da infecção.

Para coletar a célula-tronco é preciso retirar uma parte do tecido do animal. É inserido um cateter para acesso de medicação e também sedação e, na sequência, é feita a assepsia da região.

“A gente sempre prima por não deixar uma marca muito grande no animal, então a gente optou por essa região ao lado esquerdo do pescoço, logo abaixo da crina, porque há uma gordura suficiente naquela região pra se fazer a retirada e, porque na raça quarto de milha, a gente costuma colocar a crina para o lado esquerdo”, disse o veterinário.

Após o procedimento, o material é encaminhado para o laboratório, onde é purificado, multiplicado e armazenado para ser aplicado. A célula-tronco tem a capacidade de se transformar em qualquer outra e ajuda na regeneração de células doentes.

O custo e o número de aplicações de células-tronco não são definidos e depende da necessidade de cada animal, mas os médicos veterinários garantem que os valores investidos compensam. Além disso, os animais não sentem dor e nem apresentam efeitos colaterais associados aos métodos convencionais.

“As células-tronco produzem várias moléculas que são anti-inflamatórias e regenerativas, então essas moléculas melhoram a inflamação e aceleram a recuperação do animal, então, a gente consegue acelerar, dependendo da lesão, até três vezes o tempo de recuperação”, finalizou o veterinário.

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