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Especialistas respondem se vale a pena continuar investindo na pecuária

Encontro da Scot Consultoria debateu a atividade no Brasil e analisou as dificuldades encontradas pelo produtor rural nos últimos anos

Fonte: Gabriel Faria/Embrapa

No primeiro dia de encontro da Scot Consultoria, que acontece nesta semana no interior de São Paulo, analistas recomendaram aos pecuaristas que não reduzissem os investimentos na atividade, mesmo que o volume elevado de fêmeas abatidas e oferta de bezerros em alta prometam preços baixos até o final de 2018.

Na última estação de monta, o pecuarista Sergio Mariano Pimentel produziu 500 bezerros da raça nelore e conseguiu vender os animais por um valor 20% acima do preço de mercado Agora, no entanto, a situação é diferente: com a demanda menor, os preços caíram e o criador decidiu segurar as negociações.

“Esse ano foi mais difícil, pois as ofertas foram menores e o preço médio da arroba do bezerro em relação ao ano passado caiu bastante”, disse.

Neste ano, o preço médio do bezerro em São Paulo caiu 9,3%, saindo de R$ 1.180 em janeiro para R$ 1.070 em setembro. Já a rentabilidade do criador reduziu 25% nos últimos 12 meses, quase metade da alta acumulada entre 2012 e 2015, período de preços altos para esta categoria animal.

“Os animais ficaram retidos em anos passados, produzindo bezerros que entraram no mercado com oferta maior. Houve também uma retração de demanda por parte dos recriadores, tanto é que o primeiro giro do confinamento diminuiu e o segundo ciclo também vai ser menor”, disse o diretor da Scot Consultoria, Alcides Torres.

Em 2016, a participação das fêmeas nos abates caiu pelo terceiro ano consecutivo e registrou 38% do volume total. Em 2017, a porcentagem de matrizes enviadas aos frigoríficos subiu para 45%. Para Alcides Torres, a mudança deve trazer reflexos para o mercado apenas em 2019.

“Se o ciclo se repetir como aconteceu nos anos passados, nós teremos depreciação para os animais de reposição em 2017, 2018 e o preço só deve melhorar no final de 2019, meados de 2020”, falou.

Apesar da tendência de preços baixos, analistas acreditam que o pecuarista não deve reduzir os investimentos na atividade. Na cria, os custos variáveis como nutrição e manutenção de pastagens, representam mais de 80% dos gastos totais e estão ligados à escala de produção. Um corte de investimento nestes itens pode limitar os ganhos no período de ciclo alto.

“O que nós estamos fazendo, na prática, é limitar a produtividade, lotação, indicadores zootécnicos e essa mudança vai fazer falta em um momento em que o mercado reagir. Uma estação de monta tem um ano e isso só vai refletir em receita daqui a dois, quando o bezerro será desmamado”, disse o analista da Scot Gustavo Aguiar.

Outro ponto discutido no evento foi a perda de eficiência da cria em relação a outras etapas do ciclo pecuário como recria e engorda. Atualmente, uma vaca produz, em média, um bezerro a cada quinze meses, o correto seria um parto por ano. Para piorar a situação, a idade média do primeiro parto é de três anos e meio.

“Quanto mais tarde uma fêmea entra em reprodução, mais tempo ela leva para pagar o custo de produção dela. O primeiro bezerro de uma fêmea que entra em produção com 3 anos de idade, por exemplo, será vendido e a vaca não conseguirá pagar o custo para ela estar no rebanho”, disse o diretor do programa Qualitas de melhoramento genético, Leonardo Souza.

Para o especialista, os dois principais fatores para melhorar a eficiência reprodutiva é a condição corporal da fêmea e a definição da estação de monta de no máximo 70 dias.

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