A 39ª edição da Expoleite, lançada no Rio Grande do Sul nesta quarta, dia 11, pretende discutir com produtores os desafios da cadeia leiteira e formas de impulsionar a produção. Até o dia 22 de maio, participantes vão falar sobre a regulamentação do leite e os desafios de se manter a qualidade do produto, assim como a produção, coleta, transporte e comercialização.
Além do custo elevado da produção do leite, produtores estão desestimulados com problemas de sucessão familiar, que impedem, muitas vezes, a atividade de avançar. O pecuarista Sérgio Käfer, por exemplo, tenta convencer a filha a seguir no negócio da família, mas não vem obtendo resultado. “Ela quer ir embora, ela quer parar, mas o que ela faz tão bem, tão caprichosa e tudo, mas não quer ficar na agricultura”, lamentou.
Sérgio também lamenta o preço da ração e falta de mão de obra. Ele já reduziu o seu rebanho holandês de 39 para 26 cabeças.
Para o presidente da Associação dos Criadores de Gado Holandês do Rio Grande do Sul (Gadolando), Marcos Tang, é papel do produtor agir como empresário, mesmo que o negócio seja familiar. “A primeira coisa que ele tem que fazer é ser totalmente profissional, com tudo na ponta da caneta (…). A família também tem que conversar, não é só um patrão com seus empregados”, disse.
Para Tang, é preciso fazer esquemas de escalas para não sobrecarregar nenhum membro da família e ampliar o trabalho para todos os dias da semana. Com esse sistema, segundo ele, é possível evitar insatisfação com o trabalho.
A Expoleite é uma oportunidade para o pequeno produtor, segundo avaliou o secretário de Agricultura do Rio Grande do Sul, Ernani Polo. “Ela é uma vitrine para que possamos mostrar o potencial da produção do leite do Rio Grande do Sul para todo o Brasil. Ela também ela gera oportunidade de negócios, de conhecimento, trocas de experiências, de busca de tecnologia e isso ajuda muito a desenvolver todo o setor.”