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Exportação de carne bovina cai 20% em um ano

Faturamento sobe 0,3% em relação a julho e atinge maior patamar do ano, diz Abiec

A receita com exportações de carne bovina aumentou 0,3% em agosto, em relação ao resultado obtido em julho, para US$ 507,4 milhões. O volume embarcado cresceu 1,58%, a 115 mil toneladas. Os dados são da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec). No acumulado do ano, no entanto, as exportações de carne bovina atingiram US$ 3,8 bilhões em faturamento, queda de 20% em relação ao mesmo período de 2014. No período, foram embarcadas mais de 885 mil toneladas de carne, baixa de 15%.

A receita obtida em agosto foi a melhor do ano para o setor. Pela primeira vez em 2015, a União Europeia atingiu o topo do ranking em faturamento, com US$ 71 milhões, crescimento de 20,86%. O volume também aumentou com relação ao mês anterior – 23%, com o embarque de 11,2 mil toneladas.

A China subiu uma posição na lista de maiores mercados da carne brasileira, assumindo o terceiro lugar. O país asiático importou 12,7 mil toneladas, aumento de 11%, gerando uma receita de US$ 63 milhões, alta de 11,6%. Em terceiro lugar ficou o Egito, com faturamento de US$ 65 milhões.

A Abiec destaca que o volume exportado aos Estados Unidos neste ano cresceu 71%, a 22,7 mil toneladas. O faturamento aumentou 51%, para US$ 212 milhões. 

Petróleo e China

Em nota paralela, a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo) afirma que a exportação brasileira de carne bovina tem sido afetada em 2015 pela dependência de Rússia e Venezuela da indústria do petróleo e pela queda nos embarques a rotas alternativas que têm por destino final a China,

A instituição destaca que entre janeiro e agosto de 2014 o país já havia comercializado mais de 1 milhão de toneladas de carne bovina e derivados, enquanto o acumulado deste ano ainda está em 859,4 mil toneladas (-17%). O faturamento recuou 22%, a US$ 3,7 bilhões. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e foram compilados pela entidade.

O excesso de oferta de petróleo no mercado internacional tem derrubado os preços da commodity, que estão abaixo de US$ 50 por barril, ante mais de US$ 90 por barril em meados de setembro do ano passado. Na Rússia e na Venezuela, a economia é altamente dependente da indústria do petróleo, o que tem prejudicado as compras destes países. Entre janeiro e agosto deste ano, a Rússia importou 125,9 mil toneladas, 42,3% a menos que no mesmo período do ano passado. As vendas geraram receitas de US$ 424,4 milhões aos exportadores brasileiros (-53,2%). Por sua vez, a Venezuela cortou suas compras em 45,6%, a 64,6 mil toneladas, pagando US$ 368,7 milhões (-41,8%).

Os embarques a Hong Kong também estão em queda em 2015. A província semiautônoma é um desvio conhecido para a carne bovina direcionada à China continental, mas a reabertura deste mercado, oficializada em maio, tem mudado o comércio exterior. O Brasil hoje tem oito frigoríficos habilitados a vender ao país, de modo que parte da indústria nacional tem a opção de embarcar diretamente à China a preços melhores. Em contrapartida, os exportadores que dependem de Hong Kong enfrentam maior rigor do governo chinês, que tem combatido a triangulação comercial.

As vendas a Hong Kong caíram 35,4% entre janeiro e agosto, a 165,4 mil toneladas. As receitas recuaram 41,3%, a US$ 631,6 milhões. Em nota, a Abrafrigo indica que a China também tem buscado reduzir entradas de carnes pelos Estados Unidos, Vietnã, Irã, Israel, Bélgica e Cingapura. Ainda assim, Hong Kong continua a liderar as compras de carne bovina do Brasil. O Egito é o segundo colocado, seguido por Rússia e Venezuela.

A queda nas compras não atinge apenas esses três parceiros comerciais. Pelo contrário, a Abrafrigo afirma que 89 dos 142 destinos da carne bovina limitaram sua importação entre janeiro e agosto, no comparativo com 2014. Os outros 53 parceiros ficaram estáveis ou expandiram suas compras. Neste ponto, o destaque foi a China. Com a reabertura, as vendas subiram de 88 toneladas em 2014 para 27,8 mil toneladas nos oito primeiros meses. A Abrafrigo afirma que, no entanto, isso “não compensou a redução observada nas compras de Hong Kong neste ano”. 

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