Mais dois frigoríficos suspenderam o abate de bovinos em Mato Grosso nesta quarta, dia 5. A Marfrig anunciou que vai dar férias coletivas de 10 dias para os funcionários de dois turnos de sua unidade em Tangará da Serra, passando a operar em apenas um turno. A capacidade diária de processamento da fábrica é de 1.300 cabeças.
A empresa não explicou os motivos, mas a decisão vem na sequência de outras paralisações anunciadas por concorrentes, após a Operação Carne Fraca.
Já a Frialto, localizada em Matupá, informou que interrompeu as atividades por 20 dias. Segundo o diretor da planta, Paulo Bellincanta, a pausa é para encontrar um equilíbrio diante da situação vivida pela cadeia produtiva da carne após a operação Carne Fraca da Polícia Federal.
Por meio de nota, a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) diz que a paralisação de oito frigoríficos no estado deixa o produtor cada vez mais sem alternativa para abater a produção, fora o impacto no preço da arroba , que vem despencando nas últimas semanas. A associação ainda pede que os abates voltem imediatamente, pois entende que o comércio externo está praticamente estabelecido e não há motivos para a suspensão das atividades.
Outras paralisações
No início desta semana, a unidade do Minerva de Várzea Grande (MT) deu férias coletivas para todos os seus funcionários por um período de 20 dias. Segundo a empresa, a parada é de rotina para manutenção de maquinários e instalações. De acordo com o site do frigorífico, a fábrica tem capacidade de abate de 1,5 mil cabeças por dia.
Já a JBS paralisou por 20 dias 10 de suas 36 unidades de abate de bovinos no Brasil – uma em São Paulo, três em Mato Grosso do Sul, uma em Goiás, quatro em Mato Grosso e uma no Pará. As férias coletivas podem se estender por mais dez dias. Segundo a empresa, a medida foi necessária em virtude das suspensões temporárias impostas à carne brasileira por alguns dos principais países importadores, assim como pela retração nas vendas de carne bovina no mercado interno nos últimos dez dias.
Nesta quarta, em evento da Scot Consultoria, em Ribeirão Preto (SP), executivos que atuam nos setores de aquisição de gado dessas três empresas afirmaram que os negócios no mercado físico do boi gordo estão “paralisados” após a deflagração da operação da Polícia Federal. Relataram ainda que os abates foram reduzidos e também que houve queda do ritmo de processamento nas plantas de pecuária bovina, com consequente aumento dos estoques de carnes das companhias.