Uma operação no Rio Grande do Sul apreendeu na última semana 13 mil quilos de carne ilegal encontrados em açougues clandestinos. O produtor era adquirido por meio do furto dos animais em propriedades, o que oferecia grande risco à população.
O pecuarista Arnaldo Eckert sabe o quanto custa a produção de cada um dos 600 animais que tem no município de Tapes. Vítima de abigeato em diversas oportunidades, ele conta o desespero de ser assaltado. O último caso foi de um gado abatido mesmo doente.
“Um animal estava doente, deitado, eles não conseguiram pegar os que estavam sadios e eles levaram aquela carne totalmente imprópria para o consumo. Jogaram no mercado, e o gado, quando é vacinado, tem que dar um intervalo de 20, 30 dias, mas isso para eles não é nada”, conta.
A situação expõe o risco que a população corre. Um produto não fiscalizado pode conter uma série de doenças transmissíveis a seres humanos. Segundo a presidente da Associação dos Fiscais Agropecuários do Rio Grande do Sul, Ângela Antunes, o problema é grave.
“Os animais podem ter várias doenças, podem ter tuberculose, brucelose, cisticercose, que são doenças transmissíveis ao ser humano. Então, esse tipo de lesão, esse tipo de doença só é verificada na linha de abate, na presença do fiscal agropecuário”, afirma.
O chefe do Departamento de Polícia do Interior do Rio Grande do Sul, Fernando Sodré, explica que o mercado garantido para o produto ilegal incentiva o abigeato.
“É uma rede de questões que envolvem desde o abigeato até o abate clandestino e a venda de carne ilegal em açougues, em propriedades, até em restaurantes temos informação de que recebem essa carne”, denuncia.
Foi então que os policiais decidiram fazer uma operação e conseguiram desmontar uma quadrilha responsável pelo furto de até 1 mil cabeças de gado por ano no estado. Além disso, as autoridades querem aumentar a fiscalização.
“Já tivemos apreensão de 27 toneladas de carnes impróprias para consumo em um dia. Nós vamos reeditar esse trabalho a qualquer momento porque nós temos a ideia de fazer isso rotineiramente para que isso force toda a cadeia não só de venda”, completa Sodré.
Uma saída é os consumidores ficarem atentos e só comprarem carnes dentro dos padrões exigidos por lei.
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