O governo de Minas Gerais simplificou a metodologia utilizada para a regularização dos produtores de queijo minas artesanal. Um plano de ação foi desenvolvido em parceria com entidades de assistência agropecuária do estado com o objetivo de reduzir a informalidade, aumentar o número de pequenos fabricantes legalizados, gerar renda e garantir a qualidade da produção.
A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), a Empresa de Pesquisa Agropecuária do estado (Epamig) e o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) têm levado ao produtores rural do estado informações sobre boas práticas de ordenha, orientações sobre fabricação do queijo e até sobre a construção do estabelecimento.
“(Propomos) Ajustes necessários para que ele possa se enquadrar na legislação e estar comercializando produtos de maneira formal, atendendo aos critérios de segurança alimentar e qualidade de produtos”, afirma o coordenador técnica regional da Emater-MG, Albani Arcega.
A partir de agora, para o registro da atividade, será preciso avaliar se estão sendo cumpridos cinco requisitos na produção do queijo minas artesanal: boas práticas de fabricação; análises da água; análises do queijo; sanidade do rebanho; e saúde dos trabalhadores.
Alexandre Honorato fabrica queijo na região do Triângulo Mineiro há mais de 30 anos, numa média de 3.500 unidades por mês. Segundo ele, a maior dificuldade é a disputa de preços com os produtores ilegais. “Eu já tenho o manejo para produzir bem, está tudo fiscalizado e certinho. Aí vem a concorrência de quem não tem nenhum documento no mercado, com o custo lá embaixo”, queixa-se.
De acordo com Honorato, a diferença de preço entre o seu queijo e um produto informala pode chegar a 50%. Ele afirma que os custos de produção não são altos, mas, se a concorrência não fosse desleal, o lucro poderia ser superior. “Hoje o que pesa um pouco mais na produção é a mão de obra”, diz.
Para o gerente regional do Senar-MG, Flávio Henrique Silveira, o produtor de leite precisa agregar valor a sua produção e quer fabricar dentro da legalidade, mas às vezes falta informação. Ele afirma que a parceria feita entre os órgãos do estado vai ajudar os interessados a “perderem o medo”, gerando oportunidade para buscarem os treinamentos e se ajustarem ao que é exigido para o registro.
“Eles vão chegar já com todas as informações necessárias para ter uma fábrica legalizada e o selo que vai atestar que podem comercializar o seu produto”, diz. O treinamento tem como foco principal a legislação em vigor e outros aspectos como microbiologia, para “abrir o olho” do produtor rural para aquilo que ele não enxerga: os microorganismos que podem estar presentes no processo, afirma o gerente do Senar.
“Dentro do curso, a gente também trabalha as questões de armazenamento, de transporte, de saúde do rebanho de onde vem a matéria-prima, a saúde do manipulador dos alimentos, ou seja, tudo o que diz respeito ao alimento para que o futuro fabricante do produto legalizado conheça toda a cadeia e saiba como se comportar e como se legalizar”, diz Silveira.