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Guzerá é versátil para a produção de carne e leite

Atualmente são mais de 450 mil animais registrados na ABCZ, o que representa 4% de todo o plantel de zebuínos no país

Fonte: Divulgação: Roberto Guedes / Governo da Paraíba

A raça guzerá foi uma das primeiras raças zebuínas a chegar ao Brasil no século XIX. Um gado rústico e versátil que pode ser utilizado em vários cruzamentos para a produção de carne e de leite. O quadro “Conheça a Raça”, do Jornal da Pecuária, mostra a importância da raça para pecuária brasileira.

A espécie veio para o Brasil em 1870 para trabalhar nas fazendas e no transporte do café, principalmente no Nordeste e no Rio de Janeiro. Os animais de dupla aptidão, usados tanto para produção de carne como de leite, se tornaram a principal raça do país. Durante 50 anos, o guzerá ficou em destaque na pecuária brasileira. Até que em 1920 começou a perder espaço para o indubrasil. Na década de 1960, uma forte seca no Nordeste reduziu drasticamente o plantel.

A versatilidade foi fator decisivo para o renascimento da raça. Atualmente são mais de 450 mil animais registrados na Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), o que representa 4% de todo o plantel de zebuínos no país.

Cruzamento

Nós últimos anos, o cruzamento com outras raças zebuínas e europeias colocou o guzerá em evidência no cenário nacional. No corte, a cruza com o nelore fez surgir o guzonel. Já no leite, o acasalamento com o gado holandês deu origem a uma nova raça conhecida como guzolando.

“Os bezerros do guzonel são muito procurados, têm atingido bons preços porque são animais precoces para o acabamento e ao mesmo tempo são híbridos, pois são fruto do cruzamento duas raças zebuínas. Isso foi uma vantagem imensa, tanto para o produtor como para a raça guzerá”, explica o diretor da Associação dos Criadores de Guzerá do Brasil (ACGB), Marcelo Lacki.

Em 2013, a ABCZ deu início aos registros dos primeiros exemplares do guzonel. Hoje, a maior parte do rebanho está localizada nos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Já o guzolando, começou a ser registrado pela entidade em 2009. Atualmente, são mais de nove mil animais certificados.

O registro genealógico é o primeiro passo para que o guzolando seja reconhecido como raça sintética. Hoje, a maior parte do plantel está em Minas Gerais, na região leste do estado. Os animais se destacam pelo volume e pela qualidade do leite produzido.

“Em comparação com outros agrupamentos genéticos, os animais guzolando têm uma superioridade de sólidos totais, característica que veio do guzerá. Eles apresentam maior rendimento e isso para a indústria láctea é muito importante, você deixa de processar água e passa a processar realmente as características importantes do leite, como proteína e gordura”, diz a pesquisadora da ABCZ Mariana Alencar. 

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