Leite: 12% dos produtores do noroeste do RS abandonam atividade

A Emater procura oferecer soluções para melhorar a renda dos criadores, mas o êxodo do setor tende aumentar em 2018

Fonte: Reprodução/Canal Rural

O  alto custo de produção e o baixo preço pago pelo litro do leite fizeram 12% dos produtores abandonarem a atividade no noroeste do Rio Grande do Sul. A Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater)  procura oferecer soluções para melhorar a renda dos criadores, mas o êxodo do setor tende aumentar em 2018.

Vanison e Mônica Wengrat são pequenos produtores de leite do interior do Rio Grande Sul, mas a renda com a atividade não tem sido suficiente para gerar lucros. “Estamos com problemas para tapar as despesas.Com este preço, estamos empatando”, disse.

Um levantamento feito pela Emater gaúcha aponta que cerca de 1,4 mil famílias do noroeste do estado abandonaram a atividade em 2017. O preço baixo do produto é uma das principais causas do êxodo do setor. Atualmente, pequenos produtores da região estão recebendo até R$ 0,75 pelo litro. Para 2018, é esperado que mais produtores desistam da atividade.

 

“A gente tem sentido este êxodo forte nos últimos meses e acreditamos que vai gerar em torno de 1,2 mil  e 1,5 mil da região que novamente estarão abandonar a atividade”, disse o médico veterinário da Emater Oldemar Weiller.

A alimentação das vacas representa cerca de 50% do custo da produção de leite. Por isso, a escolha de um bom pasto pode ser fundamental para que o produtor permaneça na atividade. “A Emater apresentou duas boas opções durante a Expo Agro Cotricampo, realizada em Campo Novo (RS). “Os capins Jiggs e Tifton 85 permitem ao produtor ter uma alternativa em situações de excesso de chuva ou estiagem, onde outras forrageiras de plantio normal não atingiram o ponto de pastejo”, falou Weiller.

O casal Vanilson e Mônica espera que a escolha de um bom pasto possa ajudar a equilibrar as contas no futuro próximo para evitar que eles passem a fazer parte da estatística dos que abandonaram a produção de leite. “Se continuar assim, acho que a gente vai ter que pensar em outra alternativa”, finalizou Vanison.