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Leite: parâmetros de qualidade preocupam produtor

Uma das mudanças previstas pelo Ministério da Agricultura atinge diretamente o pecuarista. Produto fora dos padrões de contagem bacteriana provocará a perda da licença de venda à indústria

Fonte: Reprodução

O setor produtivo está preocupado com proposta do Ministério da Agricultura de alterar os parâmetros de qualidade do leite produzido no Brasil. O regramento ficará em consulta por 60 dias e será publicado dentro de 180 dias.

A proposta é baseada em normas de boas práticas agropecuárias para melhoria do produto, como: água, energia, equipamentos de ordenha e refrigeração do leite, além do escoamento da produção.

Uma das mudanças previstas pelo Ministério da Agricultura atinge diretamente o pecuarista. O produtor que tiver o leite fora dos padrões de contagem bacteriana perde a licença para fornecê-lo à indústria.

“Essas exigências novas não vêm olhando a qualidade, vêm às vezes com interesses de terceiros para fomentar outras cadeias. Isso vai aumentar o custo, o que vai tornar a atividade difícil e acabar tirando os produtores do setor”, diz Joel da Silva presidente da Fetag (Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul).

“Vamos testar o nosso leite produzido diariamente nas propriedades? O quando isso vai representar em termos de custo? Nós temos estrutura para isso? E eu acho que essa é a preocupação que o ministério tem que ter”, afirma Jorge Rodrigues, presidente da Comissão de Leite da Farsul (Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul).

“O ministério como órgão fiscalizador, como órgão que tem a responsabilidade, precisa analisar com muita profundidade, porque nós não estamos aqui tratando de vontade simplesmente. Nós estamos tratando aqui de realidade e necessidade que têm que ser atendidas”, completa Rodrigues.

A indústria acredita que a proposta do Mapa de exigir maior rigor na qualidade é importante para evitar barreiras comerciais. Outra vantagem é que as empresas devem gastar menos com processos de esterilização e pasteurização.

“Esse índice mais rígido vai fazer com que nós possamos como indústria ter menos custos para fazer com que esse leite possa manter as suas propriedades necessárias de qualidade. Se eu vou fazer um leite longa vida, posso trabalhar 30 horas no equipamento sem parar. Se eu tiver uma qualidade superior, poderia trabalhar 32, 34 horas. Isso também faz com que eu possa reduzir horas de trabalho e produtos para manter o meu equipamento em dia”, diz Alexandre Guerra, presidente do Sindilat (Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do Estado do Rio Grande do Sul).

Apesar de manter os índices de contagem bacteriana total e de contagem de células somáticas, que mostram como está a higiene e a sanidade do leite, o ministério já sinalizou que esses valores devem ser reavaliados, de dois em dois anos.

“Para nós, é importante manter esses índices que estão hoje propostos. No sentido de que nós possamos fazer trabalho conjunto e incluir ainda mais produtores nessa atividade’, afirma o presidente do Sindilat.

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