Com as altas temperaturas do verão – que começa no dia 21 de dezembro – o gado leiteiro pode sofrer com o chamado estresse térmico. Isso pode derrubar a produtividade em até 25%. Saiba o que é esse distúrbio e como o produtor pode minimizar as suas consequências.
Guilherme Dickel é produtor de leite em Novo Paraíso, localidade de Estrela, Rio Grande do Sul. Ele tem cerca de 30 vacas leiteiras das raças holandesa, jersey e mestiça. Ele nota que, com a chegada das altas temperaturas do verão, o comportamento do rebanho muda.
“Elas buscam mais a sombra e também a alimentação diminui bastante. A gente tem uma média de vaca por cocho e elas deixam bastante comida. Na ordenha, elas se estressam demais, seguram o leite”, diz ele.
Para abrandar os efeitos do calor sobre os animais, o manejo do gado teve de ser modificado. “A gente trabalha mais com pastagem à noite. Aí, de manhã, elas comeram tudo. Além disso, levamos o gado no potreiro sempre na sombra e perto da água”, conta Dickel.
De acordo com o assistente técnico da Emater, o médico veterinário Martin Schmachtenberg, o principal problema é o déficit nutricional que acontece neste período: “A temperatura boa pra elas é em torno de 15 a 18 graus. Vaca não sente frio, ela sente calor. Começa a comer menos, não consegue ingerir a quantidade suficiente que ela necessitaria para aquela produção de leite diária. E, quanto mais a vaca produz, mais necessidade de alimento ela tem”.
Em condições normais, o rebanho do produtor Dickel produz em torno de 250 litros de leite por dia. Mas, nos dias mais quentes, a produtividade cai e a queda pode chegar a 25%.
Para evitar a queda brusca na produção, o produtor pode tomar algumas atitudes para melhorar o bem estar do rebanho. “Sombra é importante. Não tem nenhum ambiente artificial melhor que uma sombra. Nas propriedades onde é praticado o confinamento, devem ser utilizados ventiladores e nebulizadores”, recomenda o assistente técnico da Emater.