A participação de amazonas nas competições da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Quarto de Milha (ABQM) cresceu 20% nos últimos dez anos. O desempenho feminino nas pistas também tem surpreendido.
A personal trainer Cláudia Delbem reveza os tênis de corrida com as botas de competição há 11 anos. O cavalo é tratado como um filho e a preparação física para competir nas provas oficiais é digna de uma atleta olímpica.
– Força muito a articulação do joelho, então você precisa sempre estar preparada, sempre condicionada e quanto mais magra, melhor, para ter mais facilidade de exercer o movimento. Treino com meus alunos, faço maratonas de corrida de 5, 10, 15 km e também na academia –, afirma a competidora.
Além do condicionamento físico, Marina Carani não descuida do visual. O regulamento obriga que quem monte use calça, camisa e chapéu. Mas, onde tem lugar para um brilhinho a mais, ela não economiza no estilo.
– Calça diferente, camisa legal, que chama a atenção, sempre me arrumando. [O visual] É sempre uma preocupação! Não pode deixar a vaidade ir embora -, afirma a amazona.
Monique Costa Silva também não dispensa os toques femininos, nela e no cavalo. Mesmo cuidando pessoalmente da preparação do parceiro de prova, suas unhas estão sempre impecáveis. A amazona participou pela primeira vez de uma competição oficial da ABQM nesta temporada, e foi difícil segurar a emoção antes de entrar na pista.
– É uma prova muito boa, muito grande. Era um sonho, e conseguir correr aqui é bem emocionante. Estou tremendo –, confessa.
Assim como acontece com os cavaleiros, a paixão das mulheres pelos cavalos costuma começar bem cedo. Mariana Gracioli Carvalho tem 11 anos e compete desde os três.
– Ah, eu escolho uns acessórios bem coloridos que combinam com crianças –, diz a menina.
Desde o início das competições, as amazonas têm livre acesso a todas as modalidades. E assim como o número de inscrições, que cresce ano a ano, o desempenho delas surpreende até mesmo os juízes.
– Hoje, o que a gente quer no cavalo é que ele seja bem adestrado, que não seja preciso disputar força com ele –, afirma o juiz da ABQM Luis Celso Cuba. E com isso, segundo ele, as mulheres estão levando vantagem, já que teriam mais sensibilidade para lidar com essa característica e obter mais resultados nas provas.