O setor de supermercados brasileiro projeta alta de 0,7% nas vendas de natal deste ano. Dos produtos típicos de fim de ano, o comércio de frutas secas e panetone devem crescer mais de 2%. Já as aves, muito consumidas nesta época do ano, devem ter uma queda de 1,5% em relação ao ano de 2015. Apesar disso, no campo, avicultor e indústria estão otimistas e esperam crescimento de até 8%.
O avicultor Adriano Brochier tem dois aviários que abrigam 14 mil aves. Produtor tradicional de Teutônia, no Rio Grande do Sul, já está acostumado à mudança de rotina quando chega o natal. O intervalo de alojamento, por exemplo, diminui nesta época de 21 para 15 dias. “A produção estava boa, não dá para se queixar. A nossa cooperativa já nos ajuda”, diz.
Mas é também nesta época que o produtor fica de olho na conta de energia elétrica, que chega a dobrar. “Geralmente agora no fim de ano, com o calor e verão, vai aumentando a conta de luz. Têm altos e baixos. O verão já tem mais custo de eletricidade, e nós que arcamos com tudo, fica um pouco mais pesado”, analisa.
A demanda torna agitada a rotina nos frigoríficos nestes últimos meses do ano. A cooperativa Languiru preparou mais de dez produtos da linha festa, e espera um faturamento de R$ 28 milhões, 5% a mais do que no natal passado.
“Nós nos preparamos. São 270 toneladas de um frango especial, que é colocado à mesa dos nossos consumidores. Também notamos que o consumidor aos poucos está retomando o seu poder de compra, é uma mostra do que fala em termos gerais na economia do Brasil. Parece que existe algum sintoma de retomada do crescimento, é o que nós estamos notando no nosso segmento também”, afirma o presidente da Languiru, Dirceu Bayer.