O presidente da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar), Inácio Kroetz, afirmou que o rebanho do estado será vacinado em novembro e que isto não significa que o governo deixará de buscar o status de livre de aftosa sem vacinação.
– Os esforços continuam os mesmos [de conseguir o status de livre de aftosa sem vacinação]. Havia expectativa de alguns setores do agronegócio de que poderia ser feito neste ano [a não vacinação], mas vamos manter a vacinação – disse ele, ressaltando que a campanha de imunização dos animais estava prevista no calendário de ações da Adapar.
Segundo Kroetz, ainda é preciso avançar nos trabalhos de fortalecimento da defesa sanitária do estado antes de entrar com o pedido oficial de fim da necessidade de vacinação.
– Não desmarcamos [a vacinação de] novembro, nunca foi desmarcada. O processo [de fim da vacinação] inclui toda uma gama de trabalho, relatório, investigações, antes de ser realizado – afirmou.
O Paraná reconquistou o status de livre de aftosa com vacinação em 2007. Em abril, a Secretaria de Agricultura deu entrada no processo de reconhecimento do território estadual como livre de aftosa sem vacinação. Para isso, o governo do Paraná tem até dois anos para cumprir normas técnicas e sanitárias exigidas pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE).
Como zona livre de aftosa sem vacinação, o Paraná estaria habilitado para exportar carne a países com rigorosas exigências sanitárias, como a Austrália, o que poderia dobrar a receita e o volume das exportações de carne no estado.
O estado ocupa a 10ª posição no ranking de estados com a maior cadeia produtiva de bovinos. São aproximadamente 9 milhões de cabeças que geram uma produção de 200 mil toneladas de carne por ano, segundo o governo paranaense.
Debate
A intenção do governo paranaense de conseguir o status internacional de livre de aftosa sem vacinação está gerando desconforto em muitos pecuaristas do estado, que temem um surto da doença pelo fato de o Paraná fazer divisa com três estados brasileiros e outros dois países.
O presidente da Adapar disse que é legítimo que os produtores debatam a questão e que a possibilidade de fim da vacinação não será tomada de forma unilateral, mas compartilhada com o setor privado.
– É ótimo que se discuta e que se chegue numa conclusão mais madura. Por enquanto, temos que fortalecer nossos sistemas para proteger o estado. Quando tudo estiver pronto, definido, será o momento de uma decisão, ainda assim dependendo de uma saudável discussão com o setor privado – afirmou.
Para ele, a busca por segurança sanitária é incessante e o fim da vacinação mudaria o status do Paraná a um patamar bastante elevado, não somente para a questão da aftosa, mas muitas outras doenças.
– A febre aftosa é uma medida do serviço veterinário de um local – disse.