Cerca de 200 pecuaristas se reuniram com um consultor da auditoria Masters Auditores – contratada pela Manacá para cuidar da recuperação judicial – na cidade de Rianápolis para tratar da situação.
Ele explicou que será preciso esperar pelo menos 60 dias até que um acordo possa ser acertado, porque o processo de recuperação judicial tem que ser analisado pelo juiz que cuida do caso e os credores da empresa.
Revoltados com a falta de diálogo, os produtores foram pra frente da fábrica e fecharam a BR-153 como forma de protesto. Houve tentativa de invasão e a polícia foi chamada para controlar a situação.
A Leites Manacá é uma das maiores empresas de laticínios de Goiás, com quase 1 mil produtores cadastrados e duas fábricas no estado –Rianápolis e Porangatú. Ela também está presente no Pará.
Rio Grande do Sul
A situação enfrentada pelos produtores de Goiás foi parecida com a crise que os produtores gaúchos viveram no final de 2014.
Pecuaristas de Ibirubá, no noroeste de Rio Grande do Sul, deixaram de receber da empresa Pró-Milk, que à época estava em recuperação judicial. Ela propôs o pagamento de 50% do valor devido.
O Sindicato Rural da cidade informou que alguns produtores estão movendo processos contra a companhia, mas disse que não está organizando uma ação coletiva.
No caso de Giruá, a maioria aceitou receber metade do que era devido pela LBR. A Italac, que arrendou parte da empresa, assumiu o pagamento, mas com a condição de que os produtores locais não entrassem na Justiça.
– A Italac deu uma baita mão aos produtores, porque ela não era obrigada a assumir nada – disse o vice-presidente do Sindicato Rural de Giruá, Luis Fucks.
Segundo ele, apenas um pequeno grupo está processando a LBR. Quem aceitou o acordo recebeu a última parcela neste mês.
Sobre as perspectivas do setor leiteiro na região, Fucks disse que a maior parte dos produtores está abandonando a atividade, pelo fato de a receita não compensar os custos. Ele afirmou ainda que os pecuaristas que resistem estão aumentando o número de animais, mas acredita que o investimento vai demorar pelo menos dois anos para surtir efeito.