A União Europeia comunicou nesta quarta-feira, dia 16, ao Ministério da Agricultura brasileiro que vai suspender a compra de pescado brasileiro, descredenciando todas as empresas e navios que detêm alguma autorização para exportar para o bloco econômico.
A comissão da UE ainda vai enviar uma carta ao Brasil detalhando os motivos do embargo. No entanto, segundo fontes do setor, a decisão foi tomada porque as respostas das autoridades brasileiras foram consideradas insatisfatórias para a maioria das recomendações apontadas pelos europeus. Uma das sugestões era a de suspender a emissão de novos certificados de exportação de pescados.
“Estamos seguros de que no caso dos pescados não há problemas de controle sanitário”, afirmou secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Luís Eduardo Rangel. O problema, desta vez, é que o controle das embarcações que se dedicam à pesca no Brasil não está em conformidade com as regras adotadas na Europa.
Ciente da incompatibilidade das regras e dos problemas que isso poderia trazer ao comércio, o próprio governo brasileiro tomou a decisão, em dezembro passado, de fazer um autoembargo das exportações de pescado para a Europa. Ou seja, o Brasil suspendeu voluntariamente suas exportações para adequar os controles e as embarcações ao padrão europeu. “Avançamos bastante nesses cinco meses, e isso foi reconhecido por eles”, disse Rangel. Pelo menos três embarcações já estão com o novo certificado.
De acordo com dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), as exportações de pescados brasileiros para a Europa somaram US$ 24 milhões no ano passado, uma queda de 26% em comparação com 2016. É um valor baixo, considerando-se que o total de vendas de carnes em geral foi de US$ 952 milhões no período e o total exportado, considerando todos os produtos, atingiu US$ 35 bilhões.
O governo brasileiro já anunciou que pretende acionar a Organização Mundial do Comércio (OMC) por causa das barreiras impostas pelos europeus ao frango.