Depois de um período de alta nos preços do leite, no qual a cotação chegou a ultrapassar o patamar de R$ 2 por litro em algumas regiões, a perspectiva é de queda nos próximos meses. Analistas acreditam que, até o final do ano, o valor do produto no mercado caia até 17%. O cenário exige cautela dos pecuaristas, que precisam ficar atentos aos custos de produção e às mudanças climáticas.
O analista da Scot Consultoria Rafael Ribeiro lembra que a cotação do leite teve incremento de 28% no primeiro semestre do ano. “Mas o custo subiu mais de 30% com o peso do milho, da mão de obra, da energia e do combustível, estreitando a margem do produtor de leite”, diz.
O preço do leite subiu mais de 28%, porém, o custo de produção teve um incremento de mais de 30% com o peso do milho, da mão de obra, da energia e do combustível que pesou bastante no bolso do produtor e apesar dessas valorizações expressivas no preço do leite o custo de produção subiu mais e estreitou a margem do produtor de leite.
Juliana Pila, também da Scot, afirma que muitas indústrias apontam para o próximo pagamento queda de R$ 0,10 a R$ 0,20 no preço do litro. “O principal fator para esse movimento é a pressão de baixa no mercado atacadista: o leite longa vida saiu de R$ 3,50 e hoje está valendo R$ 2,30 em algumas regiões”, diz a analista.
A boa notícia para o setor é que os custos de produção vão ficar abaixo dos valores registrados no primeiro semestre. “Ao longo dos próximos meses, nós acreditamos na redução de preço dos insumos, e o momento é bom para compra para fazer estoque”, diz Juliana Pila.
Para Rafael Ribeiro, em 2017 e 2018, deve haver uma recuperação do consumo interno, ainda que de forma lenta.