Este ano começou com uma boa notícia para os criadores: o preço do bezerro voltou a subir. O aumento na procura por animais de reposição e também das exportações de gado vivo devem manter as cotações em alta no primeiro semestre do ano.
O pecuarista Joaquim Antonio Bicudo, de Elias Fausto, interior de São Paulo, compra e vende gado o ano todo. Ele afirma que a comprar bezerros está mais caro. Nos últimos três meses de 2017, o preço subiu pelo menos 30% na região.
“O mesmo bezerro de sete arrobas que eu comprei a R$ 900 hoje já está difícil de comprar a R$ 1.200. E o bezerro que eu comprei a R$ 1.200 hoje você não acha por R$ 1.500”, diz ele.
Um dos fatores que estimulou o mercado de reposição foi a recuperação do preço da arroba do boi gordo. A volta das chuvas também tem favorecido os criadores.
“Tudo ajuda um pouco. Desde a recuperação econômica, o pecuarista segura seu boi, seu bezerro para procurar preço melhor”, afirma Bicudo.
O analista de mercado Élio Micheloni Junior acredita que a retomada de preços no mercado de reposição é reflexo do aumento das exportações de bovinos vivos. Em 2017 os embarques ultrapassaram os 300 mil animais.
“O criador passa a ter um comprador a mais no mercado, você tem uma demanda mais sólida. Os números finais ainda não saíram , mas nós vamos fechar 2017 com 450 a 370 mil bovinos exportados, crescimento de 30%. E para 2018 o volume tende a crescer mais”, diz o analista.
E 2018 promete ser um bom ano para o setor de cria. A tendência é de preços firmes e demanda aquecida. “As exportações de carne indicam crescimento. Devemos ter um confinamento crescendo este ano, o que vai gerar mais demanda na reposição. E vai encontrar o exportador querendo comprar esse gado para mandar para fora. Devemos ter um ambiente saudável e firme para a reposição este ano”, conclui Micheloni Junior.