No Triângulo Mineiro, uma fazenda vendeu, no ano passado, cerca de 500 touros nelore PO. O preço médio por animal é de R$ 8500, 23% maior que a média dos últimos anos.
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– O que o mercado da carne procura nós tentamos fazer aqui, aquele animal moderado, precoce, um animal que com dois anos, ele, com certeza, já está pronto para o abate – diz o gerente da fazenda, William Alves Pereira.
Para cada R$ 1 investido em touros geneticamente avaliados, o retorno financeiro é de R$ 4. Na primeira etapa da pesquisa, foram avaliados os estados de Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais e São Paulo.
– Desses estados, o melhor resultado para a pecuária de corte foi Mato Grosso, porque é um estado onde a gestão, o processo produtivo, acompanhou também o uso de genética – indica o pesquisador do Cepea Sergio De Zen.
Segundo a pesquisa, a expectativa é que o produtor recupere o valor investido em um terço da vida útil do animal, ou seja, em dois anos. Além do fator econômico, o pesquisador destaca também a importância social da genética nas propriedades rurais.
– Os funcionários das fazendas que usam genética, geralmente possuem um salário médio superior à média daquela região. Como ele gera uma produtividade maior, o custo dele para o produtor é menor e ele ganha mais. Então, é uma relação ganha-ganha – garante De Zen.
Vendas
Não foram só as vendas de touros que tiveram aumento com a valorização da arroba do boi gordo. Segundo dados da Associação Brasileira de Inseminação Artificial (Asbia), nos últimos seis anos as vendas de material genético para as raças de corte tiveram um incremento de 58%. De acordo com o gerente de uma empresa do setor, nos últimos meses a procura por material genético da raça nelore aumentou mais de 12%.
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– O pessoal tem buscado touros com DEP’s altas para habilidade materna e peso na desmama, fazer o bezerro pesado, esse é o grande desafio – conta Rafael Jorge Oliveira, médico veterinário