A confirmação foi dada na terça, dia 24, pelo diretor do departamento de saúde animal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Guilherme Marques.
Na prática, contudo, pouco se altera o quadro do comércio exterior de suínos para estes produtores, visto que até o momento o certificado não é exigido pela OIE.11
– Num futuro próximo, não ter o reconhecimento pode ser um limitante para a exportação, mas hoje ainda não é. Precisamos adequar os Estados que são grandes exportadores, para que tenham (a certificação), se houver necessidade – diz Sá.
Para Valdecir Luis Folador, presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (ACSURS), o reconhecimento é positivo, mas o Estado ainda enfrenta a forte concorrência lá fora.
– Para ingressar em um novo mercado hoje, temos que ocupar o lugar de outro fornecedor, de outro país. Em compensação, a briga é muito mais comercial, e essa qualificação é mais um passaporte para facilitar novas negociações – diz.
Outros Estados
Alguns dos Estados brasileiros considerados livres de peste suína clássica pelo Ministério da Agricultura, mas que ainda não têm o certificado internacional, só devem conseguir o registro em 2016.
De acordo com o diretor executivo da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), Nilo de Sá, o governo ainda pressiona os produtores para que cumpram todos os requisitos federais, similares aos da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), a fim de garantir a certificação.
Segundo Sá, os Estados ainda se preparam para enviar a documentação necessária à entidade internacional em meados de setembro ou outubro desde ano. Depois, eles serão avaliados pela comissão científica da OIE e devem esperar pela reunião dos delegados da instituição, que ocorre em maio de 2016.
O próximo passo é uma reunião agendada com os Estados declarados livres da doença nacionalmente, além do Distrito Federal: Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Tocantins, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Sergipe, Rondônia e Acre. No encontro, os criadores devem apresentar detalhes dos esforços para o cumprimento das normas sanitárias internacionais.
– Nessa reunião teremos informações mais concretas. Por enquanto, sabemos extraoficialmente que o Paraná está em um patamar mais avançado que os demais, enquanto Mato Grosso também vem fazendo um trabalho extensivo – afirma o diretor executivo da ABCS.
O encontro está agendado para os dias 19 e 20 de março, em Curitiba.