A pecuária é uma das principais atividades econômicas de Roraima, que possui um rebanho superior a um milhão de animais. Entretanto, o estado ainda sofre com problemas fitossanitários, que lhe rendem o status de risco para febre aftosa e com deficiências de infraestrutura para o abate. Mas, essa história está prestes a mudar com o apoio do governo e com a iniciativa de alguns pecuaristas, que estão investindo na construção de um frigorífico para ampliar os negócios.
Muitas campanhas de conscientização sobre a importância da vacinação vêm sendo realizadas no estado, com ajuda da imprensa e do governo, para mostrar aos criadores os ganhos que o status “livre da febre aftosa com vacinação” traria a toda a cadeia.
Segundo o médico veterinário Carlos Bocchi, além de divulgar o governo precisa investir na questão de monitoramento e na prevenção, pois caso aconteça algo ele possa corrigir rapidamente o problema evitando transtornos. “O produtor rural está se conscientizando e vacinando o rebanho”, conta ele. “Todos estão empenhados em resolver o problema. Até os donos de frigoríficos estão patrocinando a divulgação para vacinação.”
Além da questão sanitária, outro tema vinha tirando o sono do setor, a falta de infraestrutura para abate, já que o matadouro estadual não dá conta de atender a demanda. Para resolver esta questão um grupo formado por 10 pecuaristas resolveu investir R$ 30 milhões na construção do maior frigorífico do estado, com capacidade de abate de 300 animais por dia.
A expectativa é que o empreendimento, construído em uma área de 15 mil metros quadrados, seja inaugurado no município de Boa Vista ainda este ano e gere mais de 150 empregos diretos. Segundo o pecuarista Antônio Denarium Garcia, a ideia da construção surgiu da necessidade dos criadores de ampliar seus negócios. “Nós vendemos o boi vivo para outros mercados, mandando em caminhão boiadeiro”, lembra Garcia. “Isto onera muito o nosso custo de produção.”
Por fim, Garcia ainda relembra que o potencial é grande já que Roraima está em uma posição estratégica do Brasil, com 30 milhões de consumidores próximos. “Podemos atender os quase 28 milhões de consumidores da Venezuela por aqui, sem contar o mercado de Manaus”, garante. “Nosso objetivo é industrializar este boi no estado, deixando o emprego e a mão de obra aqui.”