A codorna chegou ao Brasil na década de 1950, trazida por imigrantes japoneses, e em pouco tempo conquistou o mercado nacional. A criação não exige muito espaço ou grandes investimentos, sendo necessários cerca de R$ 35 mil e R$ 40 mil para a construção da infraestrutura, e o resultado é uma margem de lucro de aproximadamente 15% sobre a venda do produto.
Atualmente existem dois sistemas de produção, no primeiro o produtor compra aves mais jovens, com um dia de vida, que custam, em média, R$ 0,60 e a recria ocorre na própria granja. Na segunda opção ocorre a aquisição de animais na fase adulta, que custam cerca de R$ 1,60 e resultam em aves que ficam rapidamente prontas para a reprodução.
Felipe Rezende Silva é produtor de codornas e possui uma granja próxima ao município de Delta, no triângulo mineiro. A propriedade possui capacidade para 90 mil aves e produz mais de 75 mil ovos por dia. De acordo com Silva, o sistema de produção é manual, o que ajuda a reduzir custos. Mas ele explica que quem quer começar a criação com mais de 100 mil animais pode optar por um barracão automático, onde “toda a parte de coleta dos ovos, tratamento da ração e retirada do esterco é feita por máquinas, de forma automática, porém, o custo vai ser bastante elevado”, avisa.
A cartela com 30 ovos é vendida no mercado a R$ 2,20, mas também é possível lucrar com a venda de esterco, bastante utilizado por produtores de café. Segundo Silva, sua granja produz cerca de 100 toneladas de material orgânico por ano e o produto se tornou “uma renda extra que serve até para cobrir alguns custos da granja”. Ele explica que para vender o material, “deve-se deixar o esterco bem seco para o melhor ganho, dá para conseguir em torno de R$ 200,00 a tonelada”.
A codorna começa a produzir os primeiros ovos aos 40 dias de idade e atinge o pico de produção aos dois meses. Em média, a vida reprodutiva desta ave dura um ano e após este período é preciso realizar a reciclagem no plantel. “Com 50 dias ela já está com 90% de produção. Se você tem uma granja com cinco mil aves, então terá algo próximo de 4.500 ovos por dia”, afirma o produtor.
A quantidade de codornas por gaiola varia entre cinco e oito. Porém, para evitar o canibalismo, o gerente de produção Welinton Marcus Silva alerta que é preciso cauterizar os bicos das aves através da “debicagem”, procedimento que reduz as duas partes do bico da codorna e também evita que os animais causem hematomas nos outros, algo que pode acontecer por causa do estresse do confinamento.
Quem deseja aumentar a produção deve manter as codornas em contato com a luz por 16 horas por dia e alimentá-las com 25 gramas de ração, feita com milho, farelo de soja e sal, para manter o bom rendimento. Outra dica importante é não restringir o acesso dos animais à água.