O produtor Heinrich Dewald Paraschin tem um plantel de quatro mil cabeças, com 20 raças e mais de 50 variedades destinados a reprodução de genética, laboratório, animais mini e exóticos para estimação, além da produção de carne. O preço da carne de coelho, para os frigoríficos, está em torno de R$ 6,50, o quilo. Entre as raças produtoras de carne estão a califórnia, nova zelândia, vermelho, borboleta e chinchila. Paraschin diz que a de maior destaque para corte é a nova zelândia branco.
– É a raça mais regular em termos de padrão, os lotes que saem são muito padronizados. Isso para o frigorífico é interessante, pois consegue ter um produto adequado. Não dá para variar com muita raça, pois cada uma tem suas características e carcaça diferente. O nz branco foi valorizado porque a pele na época tinha um bom valor e foi mais selecionado. Foi criado para essa finalidade, tem uma carcaça boa, é mais precoce e as fêmeas são muito prolíferas – salienta Paraschin.
A vida reprodutiva das fêmeas começa normalmente aos quatro meses e meio. Uma das principais características dos coelhos é o ciclo curto de produção. Elas passam por um período de 31 dias de gestação e produz, em média, 50 filhotes em até oito partos por ano.
Para uma boa reprodução é necessário um animal selecionado, de boa genética. Se estiver no cio, a fêmea é levada para a gaiola do macho e a abertura é feita na hora. Depois do acasalamento, as informações são anotadas em uma ficha de controle, com a data, o macho que acasalou, se a fêmea emprenhou ou falhou, data do nascimento, quantos filhos teve e o desmame. Depois de 10 dias, é feita a apalpação para confirmar se estão prenhas. As fêmeas que não emprenharam já voltam pra cobertura imediatamente. As que emprenharam recebem o ninho depois de 27 dias.
Aos 35 dias de vida, os filhotes são desmamados e vão para a engorda, onde ficam até o ponto de abate, em torno dos 90 dias. Um dos cuidados que se deve ter é quanto a padronização dos animais.
– Nascem, em média, oito filhotes, mas às vezes algumas dão mais, outros menos. A gente passa o excesso de uma pra falta de outra. Assim, não ficam fracos os filhotes, nem desgastam a mãe. Alguns filhotes são muito grandes e outros muito pequenos. Às vezes a fêmea tem 12 filhotes e ficam três ou quatro grandões e os outros miúdos. Não para deixar esses animais juntos, pois os mais podem até acabar morrendo – destaca o cunicultor.
Segundo Paraschin, para iniciar a cunicultura é necessário um galpão aberto, com cortinas para regular a ventilação, gaiolas suspensas de metal, piso de terra e corredor cimentado. Tudo isso para uma melhor higienização e um fácil manejo. Segundo o criador, o investimento fica em torno de R$ 2 mil a R$ 2.500.