Em busca de uma fonte alternativa de renda, pequenos produtores do interior de São Paulo estão optando pela produção de temperos.
Nossa equipe de reportagem foi até uma propriedade acompanhar como é feito cultivo de ingredientes que estão sempre na mesa do brasileiro.
Na propriedade de Laurent Serrigny, em Cabreúva, tem de tudo um pouco. Manjericão, cebolinha, alecrim etc. São temperos e mais temperos com os mais variados aromas e sabores.
“A gente produz as ervas frescas. A maior vantagem é ter um produto fresco em casa. Saber de ondem veio. E tem a diferença de um tempero verde para um seco. Eu acho pessoalmente que o tempero seco é tudo mais ou menos o mesmo gosto, porque você perde muito quando desidrata a planta. E na erva fresca você tem um sabor muito melhor”, diz Serrigny.
O sitio do agricultor é dividido em duas áreas. Uma parte é voltada para a produção de mudas em pequenos vasos para serem cultivados em casa. Utilizando o método de inundação, os temperos são irrigados pela raiz, técnica que evita uma série de fungos e doenças nas plantas. Cada vaso é cuidadosamente montado em fibra de coco com adubo para um ano.
“A gente tem uma política de sustentabilidade, não usamos nada que seja extrativismo. As indústrias de coco têm aquele monte de fibra que não sabe o que fazer. Agora elas estão processando, moendo isso. E a gente usa isso como substrato”, afirma o agricultor.
A outra área do sítio é destinada para a produção hidropônica, sem contato com a terra e para uso imediato. Ali a planta é cultivada diretamente na água, que recebe todos os nutrientes necessários para o desenvolvimento.
“A planta não tem contato com o solo. A vantagem desse sistema é justamente a localização da hidroponia. A gente trabalha em estufas, ou seja, é possível a gente trabalhar, colher, cultivar ou até fazer o manejo das plantas embaixo de chuva, embaixo de sol, não existe impedimento.”
A produção do sítio vai diretamente para as gondolas dos supermercados. Em um deles, por exemplo, a reposição dos hidropônicos acontece duas vezes por semana. E eles já vêm na caixa, higienizados, prontos para o consumo e acabam rapidinho.
A média de preço da unidade com 30 gramas é em torno de sete reais. Mas a clientela leva mesmo assim. Uma das pessoas que compravam no mercado falou com a reportagem: “É muito bom, facilita no nosso serviço. Fica um pouco mais caro, mas compensa”.