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Saiba como iniciar uma criação de tilápia

Peixe mais produzido no Brasil tem carne de alta qualidade e mercado consumidor em expansão

Fonte: M. Hasan/FAO

A tilápia é o peixe mais produzido no Brasil, representando cerca de 40% do pescado obtido no país.  O sucesso pode ser explicado pela qualidade da carne, pela velocidade de engorda do peixe e pelo alto valor agregado, além de o mercado consumidor estar em expansão. Além disso, colabora o fato de a criação poder ser feita em pequenas áreas – basta ter a licença para explorar o uso da água.

O primeiro passo para dar início à atividade é escolher bem a área onde vai instalar o criatório.  De acordo com o zootecnista Emerson Assakawa, o local precisa oferecer água de boa qualidade e o viveiro deve ter boa profundidade, pois isso influencia os índices produtivos. 

Se a opção da criação for por tanque-rede – uma espécie de “gaiola” instalada num rio ou represa –, é preciso observar se não há muita oscilação na água. Isso pode movimentar demais as estruturas e prejudicar os resultados.

A tilápia apresenta quatro etapas ao longo do ciclo de produção. A primeira é a fase de alevinagem, que ocorre logo após a eclosão dos ovos. É nesse momento que se faz a reversão sexual dos peixes. Depois, vêm as fases de cria, recria e engorda. Todo o ciclo produtivo dura seis meses.

O ganho de peso diário deve oscilar de 4 a 5 gramas, atingindo no final do período de 800 g a 1 kg, quando é realizado o abate. Dependendo da escala de produção, o custo pode variar de R$ 3,70 a R$ 4,50 por quilo.

Alimentação 

Nas fases iniciais, os peixes devem receber 6,5% do peso vivo em ração. No estágio final, a relação é de 1,2%. Para não haver desperdícios, os peixes devem passar por um exame de biometria semanalmente, para obter uma média do tamanho e do peso dos exemplares, fazendo os ajustes necessários no fornecimento de ração. O processo também é importante para que se possa fazer a separação por lotes e realizar a previsão de vendas.

A taxa de mortalidade normal de uma criação varia de 5% a 10%. O médico veterinário Rodrigo Faria Souza afirma que a melhor maneira de evitar as perdas é o manejo preventivo. Como há dificuldade de visualização do estado dos peixes dentro d’água, é importante realizar exames bacteriológicos e promover medidas de biossegurança, como fazer trocas de água e acrescentar vitaminas e sais minerais na ração para elevar o nível de imunidade dos exemplares.

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