O engenheiro agrícola Daniel Micheletto quer transformar parte de seu pasto em lavoura de milho no verão, para produzir silagem para um rebanho de bovinos. Mas o pecuarista sabe que, nesta época do ano, não é uma boa ideia mexer na terra seca no interior paulista, onde está sua propriedade.
O que os técnicos indicam para casos como o de Micheletto é esperar por um período de maior umidade, para então passar o arado e fazer a reestruturação do terreno. Além de corrigir as ondulações do terreno, é preciso eliminar rachaduras no solo, que indicam erosão, antes de implantar a lavoura.
De acordo com o pesquisador do Instituto Agronômico de Campinas (IAC) Afonso Peche, deve-se identificar o sentido em que a água escorre pelo terreno para fazer o plantio em nível. “Essa técnica elimina picos e depressões na paisagem, fazendo com que se consiga distribuir a água uniformemente pelas linhas de plantio”, diz.
Na hora de plantar o milho, o ideal é fazer a análise do solo para saber quais os nutrientes que é preciso repor. A recomendação vale inclusive para pequenas áreas, pois as porções podem apresentar situações diferentes.
É por essa razão que amostras de solo de um mesmo terreno podem apresentar colorações diferentes, diz Peche. Essa diferença, segundo ele, expressa a fertilidade das amostras.
“Os solos mais vermelhos, mais claros, são mais pobres em nutrientes. E os solos mais escuros têm a presença de matéria orgânica decomposta”, conta.
Dessa forma, a reação de fertilizantes nessas duas porções será diferente. “É muito importante a gente entender o tipo de reação que ocorre, saber como está a condição do solo para regulagem de máquina, para fazer a recomendação de fertilização.”