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Saiba como produzir sua própria silagem e lucrar

Produtores chegam a economizar mais de 50%, sem falar nas chances de transformar a produção em renda extra

A crise pode ser uma boa oportunidade para a criação de novos negócios. Um produtor de leite do interior de São Paulo, diante da necessidade de reduzir custos, resolveu produzir a própria silagem para alimentar os animais. A iniciativa deu tão certo que ele já pensa em ampliar a área de milho para comercializar a silagem e aumentar a renda da propriedade.

Para quem tem terra disponível e equipamentos, produzir silagem para o gado é bem mais vantajoso do que comprar o alimento pronto. Em alguns casos, a economia pode ser maior que 50%.

Tiago Indiani de Oliveira descobriu que para ser um bom produtor de leite, também tinha que investir na lavoura de milho, que por sua vez se tornou alimento para os animais. “”Eu vi que realmente o gado produzia mais leite e melhorava o custo de alimentação. Então, acabei optando pela silagem como alimento principal de volumoso e fui ampliando a minha plantação com o tempo”, diz Oliveira.

A propriedade leiteira de Oliveira fica em São José dos Campos, no interior de São Paulo. A silagem produzida na fazenda reduz o custo em menos da metade. “A silagem comprada hoje na região está em torno de R$ 140 a tonelada, mais o frete. Já o custo de produção eu estimei em torno de R$ 3,5 mil por hectare. Consigo produzir 50 toneladas. E, com isso, o custo é muito mais barato, apesar de todo o trabalho”, conta Oliveira.

Segundo Caio Monteiro, pesquisador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea),  em via de regra, o produtor que consegue produzir a sua silagem na propriedade com um custo de produção menor. “Se ele tem todo maquinário disponível e tem área produtiva na fazenda dele, com certeza se torna mais vantajoso. E também consegue ter um controle melhor da sua produtividade e da qualidade desta forragem que irá conservar durante o processo de ensilagem”, afirma Monteiro.

De acordo com o pesquisador do Cepea, a silagem equivale a até 15% dos custos da atividade. “Colhendo esta forragem no período certo e se atentando ao processo de ensilagem, ou seja, garantindo a conservação minimizando as perdas. Ele vai ter provavelmente uma silagem de maior qualidade nutricional o que acaba sendo positivo pra ele porque ele acaba conseguindo reduzir o seu consumo de concentrado na propriedade. Ou seja, uma silagem de bom valor nutritivo, bem conservada, significa redução de custos”, conta Monteiro.

Oliveira cultiva 13 hectares de milho e pensa em ampliar a área para aumentar a produção de silagem. Ele está de olho neste mercado e acredita que pode ser uma segunda opção da renda na propriedade. “Quando falta chuva, falta pasto, o povo corre desesperado para comprar alimentos dos outros. Neste caso, quem tem silagem disponível, vai vender por um preço melhor”, diz o produtor. “Se tiver mercado consumidor na região onde ele está produzindo e ele tiver capacidade de produzir este excedente, com certeza é uma opção na diversificação de renda da propriedade.”

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