Depois da reunião, a expectativa do presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan), Ricardo Pinto, é que o uso da avermectina de longa ação, medicamento para combater carrapatos em bovinos, volte a ser autorizado no Brasil.
O plano de mitigação de riscos, apresentado na reunião, quer evitar o mau uso da substância. O projeto, feito por organizações do setor privado, entre elas o Sindan, vai ser analisado pela equipe do futuro secretário de Defesa Agropecuária. A expectativa é que na próxima terça, dia 10, seja marcado um novo encontro para voltar a discutir o assunto.
– Nós temos, primeiro, que fazer uma campanha de sensibilização ao pecuarista para a correta utilização do produto, com correto período de retirada dele. Iniciamos uma campanha a respeito dos perigos da pirataria, de produtos piratas que acontecem de uma maneira bastante incisiva pela compra de internet – orienta Pinto.
O presidente esclareceu que a chance do produto ser liberado neste ano aumentou, porque a entidade internacional Codex Alimentarius, definiu, no fim de 2014, o limite de 650 partes de avermectina por bilhão no músculo bovino. A taxa é muito superior ao que era autorizado pelos Estados Unidos: 10 partes por bilhão.
Segundo Pinto, depois disso os norte-americanos já têm demonstrado uma flexibilização com os resíduos do produto. Prova disso é que há cerca de seis meses não há registros de violação das normas de exportação, mesmo com muitos pecuaristas ainda utilizando a avermectina de longa ação.
– Não tem nada definido, mas eu acredito que com todas essas evidências e esse plano de mitigação, que é bastante funcional, bastante pragmático, com esforço de todos, eu acho que nós podemos ter de volta o produto, sim – afirma ele.
A revisão do Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal (Riispoa) também foi tratada no encontro. O documento está sendo atualizado, com base em sugestões dadas pelo setor privado.
– A ministra Kátia democratizou o documento, que estava na Casa Civil. Permitiu que todas as entidades fizessem sugestões. A Abiec fez suas sugestões, coletadas com seus associados em tempo hábil, e agora nós estamos aguardando o próximo passo da definição da ministra, na sequência da discussão do tema – disse Antonio Camardelli, presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec).
O presidente da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), Péricles Salazar, aguarda a nova versão do texto:
– Nós fomos informados de que todas as contribuições que nós demos, sugestões para o regulamento, foram dadas, e que agora a equipe técnica do ministério, através do Dipoa, está analisando essas contribuições. Em breve o ministério vai disponibilizar o texto final para nós novamente.