Uma granja no interior de São Paulo apostou na tecnologia para melhorar os índices de produção. Com cerca de 95 mil frangos em cinco aviários na cidade de Holambra, o avicultor Edson Bassi investiu pesado na precisão e conseguiu reduzir 200 gramas de ração por cada cabeça de frango, gerando economia ao final de cada mês.
Dos cinco aviários de Edson, três são no modo convencional, com ventiladores e exaustores ligados manualmente, e outros dois no modelo Blue House, que permite abrigar até 30 mil aves em cada e ainda reduzir os custos.
“Nesses galpões, para um frango atingir 1 quilo de carne, ele consome 1,6 quilo de ração. Em contrapartida, nos outros galpões, são entregues cerca de 1,750 quilo por ave, que tem um melhor rendimento e, consequentemente, vai dar uma melhor conversão e remuneração”, disse Edson.
O equipamento responsável em fazer o controle aviário conta com uma série de programações de temperatura, utilizada de acordo com a idade das aves. Com 15 dias, por exemplo, a temperatura ideal é de 26°C.
“A medida que a temperatura cai, a ave fica muito sensível. Então, é necessário manter essa temperatura dentro da zona de conforto das aves, que pra esta idade é de 26 °C. Comparando com o que temos no ambiente externo, está girando em torno de 18 °C, caso essa temperatura permanecesse lá dentro, prejudicaria o desempenho, porque elas usariam mais energia da ração, piorando a conversão e os índices zootécnicos desses animais”, disse o veterinário Jair Cardoso Ribas.
A incidência solar é controlada com as lonas azuis nas laterais, isso porque a claridade acaba agitando as aves e, quanto mais calmo o ambiente, menos energia os frangos gastam e, consequentemente, mais eles crescem.
A redução de custos com mão de obra é outro ponto positivo. Basta ter um funcionário capacitado a mexer no equipamento, pois ele nãoprecisa estar presente o tempo todo. “Precisa ter pelo menos uma pessoa entendida na parte elétrica, mas, ao mesmo tempo, no outro galpão a pessoa precisa ficar atenta o tempo todo ligando o ventilador e observando a temperatura. Nesse caso, o processo é feito sozinho, pois é preciso apenas regular os parâmetros de temperatura e o painel vai fazer a parte de ligar os exaustores”, disse o avicultor.
O sistema Blue House é ideal para regiões que sofrem com mudanças de temperaturas, mas o investimento não é baixo. Edson, por exemplo, aplicou em torno de R$ 800 mil quando instalou os dois alojamentos há 5 anos. Por isso, planejamento é a palavra de ordem, principalmente porque o retorno financeiro não é rápido.
“O retorno está vindo lentamente, porque nesse sistema de granja demora de 10 a 12 anos para dar o retorno esperado”, falou Edson.
Segundo o médico veterinário, uma série de cuidados deve ser tomada para manter o bom funcionamento do sistema. “Tem que fazer um bom sistema de isolamento, isolando o máximo possível a temperatura externa dentro do aviário. Então, é necessária a instalação de recursos como o painel, exaustores e cortinas bem vedadas, para que se consiga criar um isolamento completo e o sistema passe a operar dentro dos padrões desejados.”