A suinocultura brasileira tem investido em práticas de bem-estar animal. A adoção de cuidados simples no manejo do plantel já é reconhecida como parte fundamental na qualidade final do produto. Os desafios e a difusão das práticas no Brasil foram debatidos por especialistas no 17° Congresso da Associação Brasileira de Veterinários Especialistas em Suínos (XVII Congresso ABRAVES 2015), em Campinas (SP).
A pesquisadora da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no Rio Grande do Sul, Juliana Sarubbi, diz que no Brasil, o manejo mais difundido é o de manter porcas gestantes em baias coletivas, mas que todos os anos surgem mecanismos para proporcionar mais conforto e sanidade aos animais.
– O Brasil está numa rota positiva. É o quarto maior produtor de carne suína do mundo e está engajado nesse movimento últimos anos. É crescente o número de pesquisadores que estão se mobilizando para entender melhor o conceito de bem-estar, além de aplicá-lo – salienta o consultor Cleandro Panzinato Dias.
Além de novas práticas de bem-estar, a discussão reforçou a importância de incentivar o conhecimento na área. Para se igualar a União Europeia, o Brasil precisa investir em pesquisa e informação.
– Nós precisamos definir bem o significado de bem-estar animal não seja ocultado pela definição do senso comum, aquela questão da humanização do animal. Mas também precisamos de base cientifica – diz Juliana.
– Nós ainda estamos muito atrás do conhecimento europeu. Precisamos investir para que o Brasil consiga gerar seus próprios dados das granjas e condições de clima. Precisamos dar segurança para que o próprio brasileiro saiba o que é produzido em casa – afirma Dias.