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Suinocultura vai quebrar com alto preço do milho, diz associação

Entidade do Paraná sustenta que o valor das cotações do cereal pode provocar desemprego e prejudicar principalmente os criadores independentes

A Associação Paranaense de Suinocultores (APS) alerta que há risco de o atual preço do milho provocar quebra de produtores e empresas do setor. O alto valor das cotações do cereal, diz a entidade, pode provocar desemprego e prejudicar principalmente os criadores independentes.

Mesmo com a exportação em alta, o preço do suíno está em queda por causa do excesso de oferta. O valor pago ao suinocultor pelo quilo no Paraná está em torno de R$ 2,90, o que está 10% abaixo do valor nesta mesma época no ano passado. 

O suinocultor independente Daniel Sanguino, de Sabáudia, no norte paranaense, reclama da alta do custo de produção, puxada principalmente pelo preço do milho. O valor pago pelo cereal, segundo ele, aumentou 60% nos últimos meses, atingindo R$ 39 a saca na região.

Sanguino afirma que o governo tem que usar a os estoques públicos para regular o preço do milho, e, dessa forma, evitar picos de preços. “Para não colocar o produtor de proteína animal, que é muito importante para o país, numa situação complicada como a que nós estamos passando”, afirma ele.

“Se não houver mudança no cenário do milho e do farelo de soja, a suinocultura independente não atravessa o ano de 2016. Não tem como se virar, porque não fecha a conta. Não tem como arcar o prejuízo por longo tempo”, diz ele.

O criador conta que busca fazer estoque de milho durante a safra. “Eu faço uma pergunta para os governantes: como um suinocultor que está em crise, levando prejuízo, pode fazer estoque de uma matéria-prima que compõe 75% do seu custo?”, diz ele

Segundo ele, os suinocultores vêm sendo obrigados a executar “malabarismos” para levar a criação adiante. Se, por um lado, é preciso reduzir os gastos, por outro, o milho tem os nutrientes necessários para a reprodução e o crescimento dos animais, não sendo possível abrir mão dele.

“Não dá para o animal ficar sem comer, não dá para fornecer uma ração de pior qualidade, porque, senão, a criação não responde igual e acaba perdendo no final da linha de produção”, diz a médica veterinária Aline Sanguino.

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