Tecnologias buscam bem-estar no abate de aves

Métodos foram apresentados em feira do setor realizada em Chapecó, Santa Catarina

Fonte: Lucas Scherer Cardoso/Embrapa

Frigoríficos de aves que exportam para países da Europa trabalham com rigor elevado de insensibilização do animal desde 2009, quando um regulamento europeu exigiu uma corrente elétrica de intensidade maior para garantir a perda completa da função cerebral da ave. Mas, se por um lado essa técnica aumenta o bem-estar do animal no momento do abate, por outro acaba refletindo na qualidade da carne.

Tentando criar um método que não influencie na qualidade final da proteína, uma empresa brasileira desenvolveu um insensibilizador híbrido para frangos e perus. A técnica foi testada em milhares de aves e acaba de ser lançada durante a Mercoagro, maior feira do setor na América Latina, realizada em Chapecó (SC).

“A gente conseguiu atingir o mesmo resultado de insensibilização que se aplica na cabeça e abrandar bastante ou quase todos os problemas musculares causados pela corrente alta. Nossa técnica tem componentes dentro da forma de ondas, que não causam tanto esforço de contração na hora de levar o choque, causando menos danos”, disse Lenoir Carminatti, diretor da Fluxo Eletrônica Industrial, responsável pela tecnologia.

Bem-estar

Também pensando no bem-estar dos animais, a RM Indústria e Comércio apresentou na feira um desempilhador automático de aves que diminui o impacto, evitando lesões no animal. A máquina também descarrega quatro caixas de uma só vez, e chega a mais de duas mil por hora.

“Alimenta o desempilhador sem movimentos bruscos, fazendo com que a ave não se machuque, tendo um bem-estar real. Ela tem sistema de ventilação e não chega à linha de pendura com hematoma”, disse o diretor da RM, Edemar Sanagiotto.