Pesquisadores e produtores estão comprovando a campo os benefícios do uso de ozônio na pecuária leiteira. A tecnologia já está presente em outros países há muito tempo e foi apresentada aos brasileiros na Expoleite, que terminou no último final de semana em Esteio, no Rio Grande do Sul.
Os produtores que passaram pelo evento tiveram a oportunidade de conhecer um pequeno aparelho que transforma oxigênio em ozônio, prometendo higienizar os equipamentos utilizados na atividade leiteira com eficiência e economia. A produtora rural Irdes Siman já provou e diz que não usa mais produtos químicos para lavar a ordenhadeira.
“Nós usávamos cloro na limpeza e nos passaram que esse produto é mil vezes mais forte que o cloro e não prejudica tanto. O ozônio foi usado no processo e só vimos qualidade, pois o leite melhorou e não tem mais químico”, contou.
Segundo o agroecologista Ivanildo Lins, o gás natural é bactericida, fungicida e viricida. Ele conhece as propriedades do produto há cinco anos e lembra da importância em se evitar produtos químicos, que podem contaminar o solo, coisa que não ocorre com ozônio.
“Quando esses sanitizantes chegam à lagoa ou na estação acaba estragando a grande fortuna do agricultor que é o esterco, porque o material fica muito tóxico com o produto de limpeza e perde o valor. O ozônio é 1,5 mil vezes mais poderoso do que o cloro e 1,1 mil vezes mais rápido e, além de tudo, não deixa resíduos pois ele se transforma novamente em oxigênio”, contou.
O especialista ainda explica que, além da redução do custo, que segundo ele pode chegar a 90%, o produtor pode alcançar mais qualidade nos produtos. “Se colocar o ozônio na câmara fria da equipe que produz queijo, ela não terá problemas com fungo e a qualidade do queijo melhora”, completou.
Atualmente, o uso do ozônio está permitido por meio de uma instrução normativa da agricultura, mas somente para produtos orgânicos. Em países da Europa e nos Estados Unidos, o ozônio já é amplamente utilizado por agricultores.