A zootecnia de precisão – um conjunto de tecnologias que aumentam os índices de produtividade no campo, facilitam o manejo na fazenda e ainda melhoram a qualidade de vida do pecuarista – tem ganhado a atenção dos produtores.
Segundo especialistas, comparados ao benefício levado ao criador, os investimentos destinados à zootecnia de precisãonão são altos.
Um exemplo disso, é a utilização de drones para monitorar o comportamento de rebanhos. Essa tecnologia demanda um investimento de cerca de US$ 1.200 (o equivalente a R$ 3.770). Tal monitoramento ajuda a identificar questões de sanidade e bem-estar nos animais, sem a interferência humana.
“Se tem um ser humano próximo ao suíno, isso pode influenciar no comportamento dele, o que vai afetar os resultados obtidos”, diz o pesquisador da Universidade de São Paulo (USP), Arthur Miyazaki.
Outro equipamento utilizado no monitoramento animal é um GPS conectado a um colar, que mede o tempo que os animais ficam deitados ou em pé, além da distância que eles percorrem. Ele é usado, por exemplo, no tratamento da claudicação, a chamada ‘vaca manca’.
“Um sistema automático que captura a forma de caminhar, manda pra um sistema inteligente, interpreta e diz pro proprietário a vaca número 55 tá claudicando, você faz a intervenção, trata o animal e ele volta a produzir”, exemplifica o zootecnista e professor da USP, Adroaldo Zanella.
Qualidade de vida
De acordo com especialistas, uma das consequências da zootecnia de precisão é a potencial melhora na qualidade de vida do produtor, o que está intimamente ligado à sustentabilidade no setor rural.
“O produtor tem que se sentir feliz pelo trabalho que faz”, afirma Zanella. “Hoje, se você perguntar, o produtor não consegue ter o tempo necessário pra executar todas as tarefas e ao mesmo tempo dedicar o tempo necessário para observar o animal e também para processos de educação continuada”, diz.
“Então, com a possibilidade de você utilizar esses sistemas inteligentes e liberar esse tempo, há também o fator de atrair pessoas novas para o campo, manter pessoas no campo, e eu acredito que é esse o processo que embeleza a vida rural”, completa.