Nesta sexta-feira, 18, o Mercado & Cia recebeu o Bruno Lucchi, superintendente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) que avaliou os pontos positivos e negativos do Plano Safras 2020/2021.
“Acredito que o aumento no volume de recursos para 3% surpreendeu e grande parte deste aumento vem de taxas equalizáveis, o que acaba sendo muito positivo. No caso da agricultura familiar, houve um aumento nas taxas equalizáveis de 10% e o no caso do médio produtor chegou a 30 a 40% de recursos equalizados. Isso de certa forma vai ajudar, principalmente um público que precisa de recursos de custeio, setores de produtos perecíveis que passaram por um momento muito crítico e que ainda sofrem com problemas, então acredito que isso deve ajudar bastante”, comentou Lucchi
Sobre os juros, o superintendente da CNA acredita ser um ponto que precisa ser complementado com uma série de ações junto com o Banco Central e o Congresso Nacional, assim como as taxas de mercado. Ele crê que a ministra da agricultura, Tereza Cristina, conseguiu um bom plano para o momento, mas segundo ele, estamos apenas no início do “jogo”, e há uma série de questões que ainda precisam ser trabalhadas.
“Uma questão que está sendo muito positiva é a questão do Seguro Rural, essa é uma política que tem se consolidado neste governo. Ano passado conseguimos R$ 1 bilhão, alteramos uma série de fatores e houve entrada de mais seguradoras no mercado, esse ano tivemos um aumento de 30% para o seguro, criaram um aplicativo e hoje o produtor tem mais informações sobre as asseguradoras da sua região, informação do zoneamento agrícola, produtos assegurados, além de possuir um canal direto para fazer críticas, algo que a CNA já vem trabalhando com o Ministério da Agricultura. Acho que a política do Seguro Rural está sendo consolidado e tornando-se cada vez mais forte, mas precisamos agora garantir que não ocorra cortes neste orçamento”, comenta o superintendente.
A respeito da revisão dos custos administrativos e tributários que compõem a Taxa de Crédito Rural Oficial, Bruno Lucchi acredita que nesta reta final de Plano Safra questões que estão fora do alcance do Ministério da Agricultura, como spread bancário, custos administrativos e tributários.
“A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) participou de várias reuniões na semana passada e no início desta semana com o Banco Central e Banco do Brasil, e discutiu com o Ministério da Economia essas questões sobre a Taxa de Crédito Rural. Creio que este seja um assunto quente e é preciso manter esse assunto em alta, no lançamento do plano conversamos com alguns bancos para apurar e discutir custos elevados de legislações atrasadas e que precisam ser alteradas. Certamente o setor produtivo irá apoiar essas mudanças porque diminuirá o custo para todos”, finaliza Bruno Lucchi.