Governadores do país farão nesta terça-feira, 29, uma nova ofensiva junto ao Palácio do Planalto pela prorrogação por seis meses do estado de calamidade pública à pandemia da Covid-19. Em março, o Congresso aprovou o decreto com efeito até 31 de dezembro.
“Neste fim de ano, os governadores estão inquietos. Mas é preciso rever esse pedido de prorrogação. É preciso parar de relativizar a doença, e entendermos que a insegurança sobre isso está mais ligada a propagandas do governo (dos estados)”, afirma o comentarista do Canal Rural Alexandre Garcia.
“Não podemos esquecer que, em 2019, praticamente o dobro de pessoas morreram em decorrência de outras doenças respiratórias e não houve toda essa restrição de renda, comércio e acima de tudo, restrição de emprego.”
O comentarista chamou a atenção pelo fato de que prefeitos estão rompendo com governadores para poderem reabrir suas cidades. “Hoje, muitos governadores estão sendo deixados de lado por prefeitos, como no litoral de São Paulo. Em Manaus (AM) e Búzios (RJ) a população se rebelou. É hora de pensar no assunto e, parece, que as pessoas cansaram desse estado de emergência”, complementou.
Terra para estrangeiros e pesca por chineses
O comentarista também analisou recentes falas do presidente que afetam diretamente o agronegócio brasileiro, como a promessa de vetar o projeto que prevê a venda de terras para estrangeiros. O PL 2.963 de 2019 foi aprovado pelo Senado e permite a compra de propriedades rurais por pessoas físicas e jurídicas de outros países. O projeto segue para a Câmara.
“Há essa manifestação do presidente sobre segurança do patrimônio rural. Ele disse que vai vetar o projeto de lei aprovado no Senado sobre venda de terras para estrangeiros. Bolsonaro lembrou também que há prefeitos do Rio Grande do Sul querendo, digamos, arrendar o mar territorial para pesca chinesa, que é uma pesca predatória. Ele (presidente) lembrou que recentemente houve uma manifestação do Supremo cancelando uma lei estadual do Rio Grande do Sul, afinal a Constituição diz que o mar territorial faz parte dos bens da União”, finalizou.